Pandemia prejudica leilões; compra e venda de animais migram para o ambiente online em meio à crise; Brasil se mostra digital e receptivo
Os leilões virtuais estão registrando um aumento significativo neste momento em que a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) exige medidas como o isolamento social com o objetivo de evitar aglomerações e diminuir o contágio da doença. Porém, as vendas de animais de forma virtual já tinham uma importância muito grande principalmente no Brasil Central e, em especial, para os exemplares de corte e de reposição.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, conforme ressalta o diretor da Trajano Silva Remates, Marcelo Silva, existe um número bem maior de leilões sendo implementados com a ferramenta do virtual e todos os que ocorreram até o momento foram bem sucedidos, tanto nos bovinos quanto nos equinos. “Os organizadores dos remates, independentemente do município, estão se estruturando para transformá-los em virtuais”, destaca, citando como exemplo, Lavras do Sul, que já conta com uma ampla programação.
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Uma outra alternativa que começa a se mostrar vantajosa é a compra e venda de animais por meio de aplicativos que atuam no segmento C2C (consumer to consumer), como o CompreGados. Em pouco mais de seis meses desde seu lançamento, o app já registra mais de R$ 500 milhões em anúncios dentro da plataforma e mais de R$ 122 milhões em negócios realizados por meio da compra e venda de 61 mil animais.
Segundo o empreendedor paulista Ciro Thiago Neto, 25 anos, os leilões presenciais já vinham perdendo espaço no Brasil para os leilões virtuais e aplicativos, e com a pandemia a tendência é este movimento se intensificar agora e se estabelecer no pós-crise. Pois há uma série de vantagens, para quem compra, para quem vende e para os próprios animais.
“Além de proporcionar a compra e venda de um lote de onde você estiver, pelo aplicativo você não tem o custo que gera um leilão, de logística para transportar esses animais e pelo desgaste que esses deslocamentos causam ao animal”, explica Ciro.
Brasil será mais digital e receptivo a novas tecnologias
Essa análise deriva diretamente do impacto que o surto do novo coronavírus tem sobre as empresas, sejam elas pequenas ou grandes, as pessoas, relações de consumo, saúde e entre o Estado e o indivíduo. As tecnologias , de uma forma muito ampla, assumiram um papel protagonista no atual cenário, facilitando melhores condições para que governos, empresas e a população possam lidar com os efeitos causados pelo coronavírus.
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Empresas pequenas e as grandes estão buscando formas de melhorar suas operações e diminuírem os custos. Neste contexto, haverá oportunidades para aqueles startups capazes de gerar valor agregado a outras empresas, uma vez que o cenário demanda soluções ágeis e inovadoras, características bastante presentes nas startups.
É possível que esse boom no comportamento pró-social seja temporário, ou não. Se a tecnologia colaborar de forma positiva para as empresas e pessoas é provável que ela torne inerente ao negócio rural, e essa crise nos mostre novos caminhos.