Pecuaristas que usam genética Adir estão faturando mais, fruto de parcerias como a Fazenda Conforto que paga bônus de 25% sobre o indexador boi gordo.
O mês de outubro marca o início da estação de monta na pecuária brasileira, período no qual os criadores procuram os melhores touros para utilizar em seus rebanhos. Em um momento crucial como esse, é necessário cuidado na escolha da genética embarcada no animal. Facilidade de parto, bezerro que desmama acima de 200 kg, sem artificialismos, e peso de 18 a 20@ ou mais à idade de abate são apenas alguns dos indicadores econômicos da atividade.
Para garantir os resultados esperados pelos produtores de gado de corte é que os selecionadores Adir do Carmo e seu filho Paulo Leonel, à frente do Grupo Adir, realizam no dia 13 de outubro, às 11 horas, com transmissão do Canal do Boi, o Leilão do Adir Goiás. O remate acontece na Fazenda Barreiro Grande, em Nova Crixás, com a oferta de touros apropriados tanto à pecuária seletiva quanto para os rebanhos comerciais.
“É o pecuarista quem decide onde vai usar a genética Adir. Se ele quer gado para pista, pasto, melhoramento genético ou produção de gado de corte, a solução é a mesma. Não existem dois Nelores no Brasil, a raça é uma só”, explica o diretor do grupo Paulo Leonel. O promotor destaca a venda de 60 reprodutores Nelore PO e POI e dez touros de central, que têm o perfil desejado pelas empresas de genética ou podem ser utilizados no repasse da vacada após a inseminação artificial.
Hoje, o sangue Nelore está presente em mais de 80% das 216 milhões de cabeças bovinas existentes no Brasil e um dos grandes desafios do pecuarista moderno é contornar o alto grau de consanguinidade presente na raça. A genética Adir prioriza a produção de animais adaptados, padronizados, com aprumos corretos, dorso plano e racial preservado, construído a partir de linhagens POI pioneiras e preservadas.
“Comprar um reprodutor com genética Adir significa ter um animal que acasala com qualquer linhagem ou raça, seja em plantel de gado puro ou rebanho comercial”, resume Leonel. Um dos lotes do leilão é Ultron da 2L, filho de Visual da Zeb VR, linhagem eficiente para “refrescar” qualquer acasalamento. A avaliação de carcaça do jovem reprodutor também impressiona: 14,51 cm2 de AOL por 100 kg e 3,24% de marmoreio.
Ou seja, os números indicam que Ultron produz carne macia e saborosa, além de possuir índice de espessura de gordura subcutânea superior à média para sua idade, atributo importante aos frigoríficos. Destaque também para Varun da 2L. Seu pai, Recanto, propriedade do Grupo Adir em sociedade com o Grupo GV5, é um raçador que já está gerando touros recordistas de preço na pecuária brasileira. Metade da propriedade de um filho dele foi arrematada por R$ 96 mil no Leilão do Adir, em Ribeirão Preto (SP), onde fica a segunda fazenda do grupo.
Genética Adir agrega valor
A genética Adir tem sido uma forma de pecuaristas faturarem mais no abate do gado de corte. O Grupo possui parceria exclusiva com a Fazenda Conforto. Esse é o maior confinamento do Brasil, com o abate anual de 120 mil bois, e que paga bônus mínimo de 25% sobre o indexador boi gordo CEPEA/GO a prazo por bezerros com genética Adir.
Da mesma forma, o grupo coordena e abastece um recém-criado Programa de Qualidade de Carne Nelore do Frigorífico Masterboi, que possui sede em Recife (PE) e plantas no Pará e Tocantins. “Há um público que exige produtos de qualidade superior e acreditamos que a parceria com o Grupo Adir nos ajudará atender a essa demanda”, afirma Amaro Rodero, diretor do grupo Masterboi.
Em Alagoas, a parceria é com a Cooperativa do Agronegócio do Boi (Cooperboi), que possui 52 cooperados. “Nossa meta principal é abastecer a gastronomia local com cortes mais tenros, macios e suculentos”, diz José Ronaldo, diretor da Cooperboi, que aprovou o projeto de avaliação de carcaça realizado pelo Grupo Adir.
Comprovação no gancho
Além de toda a preocupação com caracterização racial e conformação desejada para condições de campo, esculpida pelo patriarca Adir do Carmo Leonel, há 58 anos, o Grupo Adir tem investido pesado nos abates técnicos por touro, para unir genética pioneira à produção de uma carcaça moderna e rentável na indústria.
O projeto iniciado em outubro de 2014 é coordenado pelo professor Sérgio Pflanzer, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (Campinas/SP). O trabalho, único no País, já provou os touros Jiandut FIV (linhagem Golias), OPUS FIV do Brumado (linhagem Jeru), Naman FIV da 2L (linhagem Visual), Jallad FIV da 2L (Golias) e Palluk POI FIV da 2L, também de linhagem Golias.
Os resultados mostram novilhos Nelore abatidos com peso médio de 20@, rendimento de carcaça entre 57 e 59% e espessura de gordura subcutânea de 4 a 6 mm, suficientes para os credenciar a qualquer programa de qualidade de carne bovina.
A iniciativa é coroada por avaliações de carcaça in vivo por ultrassonografia, promovidas por Liliane Suguisawa, da DGT Brasil, que revelaram o touro Nelore número um em marmoreio do Brasil: Quanupur da 2L, que deixou para trás nada menos que outros 500 mil animais.
Via PecPress