Com o intenso uso do Angus na vaca Nelore no Cruzamento Industrial, o produtor descobriu, quase sem querer, uma fêmea extremamente eficiente e lucrativa: a F1 Angus X Nelore.
A F1 AN/NE é muito precoce, fértil com ótima habilidade materna. O produtor que decide utilizá-la na cria pelo menos em uma cria sabe que consegue inseminá-la entre 12 e 15 meses de idade, com altas taxas de prenhez e que a fêmea, ao parir, mostra-se uma mãe excepcional e muito leiteira: realmente uma vaca eficiente que entrega um produto de alta qualidade e pesado.
Então vem a pergunta: qual genética usar na F1 AN/NE? Não é uma resposta fácil, porém mostramos as vantagens de cada opção, para facilitar a decisão do criador:
BRANGUS
Mário Pompeo, representante comercial da ABS
É a opção que produz um animal adaptado, resistente ao clima tropical, muito parecido com a F1 AN/NE, que permite que a sua produção seja premiada no Programa Carne Angus. Suas fêmeas podem dar sequência como criação de um rebanho Brangus, ou seja, não precisa ser um cruzamento terminal. É a raça que mais cresceu no último ano, devido a sua adaptabilidade e produtividade.
EU INDICO BRANGUS EM F1 AN/NE!
“O uso do Brangus gera um produto com expressa capacidade produtiva nos trópicos. Com 2/3 de sangue da raça Angus, sobressaem a precocidade, a fertilidade e a habilidade materna das fêmeas. Assim, são produzidos animais que podem ser abatidos precocemente, produzindo carne macia e com ótimo marmoreio. Além do foco em cruzamento terminal, ao se utilizar Brangus na F1, o criador pode avançar na seleção de Brangus e, ao longo dos anos, passar a registrar animais e vender touros para o mercado de genética”.
NELORE
Romero Cavalcanti, supervisor da ABS no Norte e Nordeste
Opção para quem vai dar sequência nas fêmeas com absorção de Nelore, bem como sistemas 100% a pasto. Esse cruzamento forma o animal ¾ zebu, praticamente com o mesmo manejo do Nelore.
EU INDICO NELORE EM F1 AN/NE!
“Para fazendas com sistema de produção a pasto, sem suplementação para o rebanho, indicamos a utilização do Nelore na fêmea F1. A rusticidade e a adaptabilidade, conhecidas da raça zebuína, possibilitam que os animais superem melhor as condições de desafio, como seca”
SENEPOL
Luiz Márcio Bernardes, proprietário CNE Senepol
Cruzamento com Senepol caracteriza-se pela adaptabilidade e resistência à parasitas. É indicado para sistemas extensivos.
EU USO SENEPOL EM F1 AN/NE!
“É um tricross extremamente vantajoso. O Senepol mantém a produtividade já reconhecida dos taurinos e agrega ótima adaptabilidade ao cerrado aos 25% do Nelore presentes no animal. Vários conhecidos e eu fizemos análise dos abates e constatamos muita qualidade de carne, acabamento de carcaça e, principalmente, uma média de ganho de peso até maior que a F1. Então é uma ferramenta para produção de bezerros de altíssima qualidade tanto para sistemas a campo quanto para confinamento”
CHAROLÊS
André Corrêa Berta, proprietário da Cabanha Figueira, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Charolês
Outra opção para Tricross, como cruzamento terminal. Essa é raça que tem o maior ganho de peso entre os taurinos, por isso é exigente quanto a ambiente, sanidade e nutrição. Indicado para sistemas mais intensivos de produção, principalmente na terminação em confinamento. Talvez a melhor opção no quesito kg/cab.
EU INDICO CHAROLÊS EM F1 AN/NE!
“Entendo que esse é um cruzamento ideal e por isso sua utilização é crescente. Dentro do tricross, o pecuarista consegue um maior rendimento de heterose possível. Em um animal que une genética européia britânica e a zebuína, colocamos um europeu continental, aumento o ganho de peso e o rendimento de carcaça, sendo a melhor opção para maximizar o desempenho. Vendo vários reprodutores Charolês para esse fim, principalmente, para os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Pará”
BRAFORD
Márcio Ribeiro Silva, consultor em melhoramento genético pela Melhore Animal
Opção para Tricross, como cruzamento terminal, onde é encontrada mais heterose, o que reflete em maior produtividade. O cruzamento suporta bem o sistema de pastejo, porém com um cuidado reforçado quanto à parasitas e nutrição adequada.
EU USO BRAFORD EM F1 AN/NE!
“Eu uso e Indico a utilização de Braford na Fêmea F1. Na EMA Agropecuária, por exemplo, onde buscamos um cruzamento terminal em confinamento (tanto para machos quanto para fêmeas), usamos com sucesso o Braford 1/4, abatendo os animais com idade precoce (antes dos 24 meses) com excelente acabamento de carcaça e muito peso. Para quem utiliza um sistema semi intensivo, o Braford 5/8 é mais indicado. Com touros ABS, registramos ótimos índices de fertilidade e animais de ótima qualidade”.