Cálculo do faturamento bruto da lavoura cafeeira demonstra que o café arábica corresponde a 81% e o café conilon a 19% da receita total.
A receita bruta estimada para as lavoura dos Cafés do Brasil neste ano de 2018 deverá atingir em torno de R$ 23,952 bilhões. Se quisermos estabelecer uma avaliação comparativa desse montante a ser recebido pelos produtores de café com os três anos que antecederam o ano corrente, verificaremos que em 2017 o faturamento correspondeu a R$ 21,96 bilhões, em 2016 a R$ 25,74 bilhões, e, em 2015, a R$ 21,57 bilhões. Em relação especificamente ao café arábica, o valor de 2018 foi calculado em R$ 19,45 bilhões, o que equivale a aproximadamente 81%, e o café conilon em R$ 4,50 bilhões, que correspondem a 19%. Em complemento, vale ressaltar que o faturamento bruto das lavouras brasileiras como um todo foi estimado no total de R$ 377 bilhões, sendo que os cafés respondem a 6,4% desse montante.
Nesse contexto, vale destacar o ranking do faturamento bruto das lavouras estimado para as seis principais culturas em 2018: em primeiro lugar, figuram as lavouras de soja, com R$ 134,15 bilhões – equivalente a aproximadamente 35%; em segundo, cana-de-açúcar, com R$ 67,78 bilhões – 18%; na sequência, em terceiro, milho, com R$ 45,40 bilhões – 12%; em quarto, algodão herbáceo, com R$ 29,91 bilhões – 8%; o café, conforme já foi dito, com R$ 23,95 bilhões, ocupa o quinto lugar nesse ranking; e, por fim, laranja, com R$ 11,79 bilhões – 3%. O faturamento bruto da lavoura de café é divulgado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa, no formato de Valor Bruto da Produção – VBP. No presente caso, este é o VBP que corresponde ao mês de maio de 2018, o qual está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.
O VBP do café é calculado com base na safra anual estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e nos preços médios recebidos pelos produtores, os quais têm como fonte dados da Fundação Getúlio Vargas – FGV e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea, da Universidade de São Paulo – USP. Todas as edições mensais do VBP, desde julho de 2014, estão disponíveis no Observatório do Café. Os dados objeto dessa análise consideraram, entre outros, os preços recebidos pelos produtores com base em média anual de 1989 a 2017. Para o ano de 2018, como os dados de julho ainda não foram computados, foram considerados os preços médios de janeiro a junho. Os preços de café utilizados para calcular o VBP referem-se ao café arábica tipo 6, bebida dura para melhor e café robusta tipo 6, peneira 13 acima, com 86 defeitos.
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Segundo consta do VBP, para a Região Norte foram considerados os seguintes estados produtores de café: Rondônia, Acre, Amazonas e Pará, a qual atingiu o VBP de R$ 843,50 milhões em 2018, que corresponde a 3,53%. A Região Nordeste que congrega os estados do Ceará, Pernambuco e Bahia somou R$ 1,19 bilhão (4,98%). A Região Sudeste, que é líder na produção nacional, por meio dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, totalizou R$ 21,19 bilhões (88,49%). A Região Sul que produz café apenas no estado do Paraná teve seu faturamento bruto de R$ 538,20 milhões (2,24%). E, por fim, a Região Centro-Oeste, que produz café nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal, atingiu o montante de R$ 183,04 milhões (0,76%).
Outro documento importante de análise do setor cafeeiro que a SPA/Mapa divulga mensalmente contendo análises da conjuntura do café é o SUMÁRIO EXECUTIVO DO CAFÉ, o qual vale a pena ser lido e conferido no Observatório do Café. Tal estudo contempla os seguintes tópicos: Quadro de Suprimento de café em nível global, e, nesse caso, aborda a produção do Vietnã, Colômbia e Brasil. Traz ainda quadros Comparativos de Área, Produção e Produtividade de Café em Grãos (arábica, robusta e total), e, ainda, Evolução Mensal das Exportações e Importações Brasileiras de Café, Estoques Privados e Públicos, Preços Mínimos, Operações de Vendas dos Estoques Governamentais de Café – 2016 e 2017.