Chuvas alagam lavouras e prejudicam colheita da soja e segunda safra de milho; Prejuízo é milionário para agricultor. Veja o vídeo!
As chuvas que já duram pelo menos quatro dias alagaram as lavouras de fazendas em Sorriso, a 420 km de Cuiabá. Os produtores alegam prejuízos porque não conseguem fazer a colheita da soja e nem o plantio do milho. As lavouras estão alagadas e os maquinários usados no trabalho acabam atolando.
De acordo com Silvano Filipetto, presidente do Sindicato Rural de Sorriso, os produtores estão apreensivos. O prejuízo é milionário e vem afetando os agricultores da região que, diante do ocorrido, já começam a temer pela segunda safra do milho.
“A nossa preocupação está muito grande. Estamos com chuvas fortes há mais de quatro dias. São chuvas absurdas e fora do normal, entre 230 a 260 milímetros até essa manhã [de terça-feira], e podemos passar de 300 milímetros”, comentou Filipetto.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Silvano Filipetto, desde sexta-feira (26) as máquinas não conseguem entrar nas lavouras para colher a soja e plantar o milho. Por causa das fortes chuvas, o plantio do milho safrinha, que deveria ter sido finalizado em 25 de fevereiro, só chegou aos 50% no município.
“Semana passada conseguimos colher até sexta, de lá para cá não colhemos nada, não vai. Tratores não conseguem plantar, muito molhado, atola no meio da lavoura. A preocupação é muito grande”, afirma Filipetto.
O sindicato rural orienta os produtores a tirarem fotos e filmarem. As imagens serão enviadas para a defesa civil que tomará as medidas. “Temos apenas 50% do milho plantado e a preocupação é tirar a soja. Foi um ano bom de preço, mas não sabemos se vai ter soja [o suficiente]”, argumentou o presidente.
Ainda há 90% de probabilidade de chuva na região de Sorriso nos próximos dias, inclusive no final de semana.
Confira o vídeo, que tristeza:
Frete caro
Há duas semanas os produtores também enfrentavam outro problema: o frete está até 9% mais caro em Mato Grosso. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a regulação entre a oferta e demanda fez o frete subir de 2 a 9% no estado. Em algumas rotas, como a BR-163, uma das principais, o frete chega a R$ 163 por tonelada.
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Além dos problemas nas lavouras, o transporte da colheita também está mais lento por causa das chuvas. “As estradas estão muito complicadas, muito barro para atravessar”, explica o presidente do Sindicato Rural.
O problema não ocorre apenas em Sorriso, mas tem afetado também os produtores de Sinop (500 km ao norte), Vera (485 km ao norte) e Nova Ubiratã (502 km ao norte). Situação semelhante também afeta os produtores de soja em Mato Grosso do Sul e no Tocantins.
Maranhão
O excesso de chuva que caiu na região sul do Maranhão nas últimas semanas pode comprometer a colheita da safra de soja e já prejudica a qualidade dos grãos no campo. Com uma umidade acima dos 30%, a situação causa colapso nas empresas receptoras e deixa agricultores apreensivos.
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Na propriedade do agricultor Alex Bart, em Balsas, as nuvens carregadas e o tempo úmido não deixam a colheita deslanchar. Dos 4,8 mil hectares cultivados nesta safra, 3 mil estão prontos a mais de dez dias e a alta umidade prejudica a qualidade dos grãos ainda no campo.
“Iniciamos a colheita e, desde então, não tivemos um dia de sol sequer. E o pior, não conseguimos completar um dia inteiro de colheita no campo, ficando a maior parte do tempo com as máquinas paradas. Com dez dias a mais de soja no campo, vamos começar a ver se tem abertura das vagens e se as cargas que conseguimos colher estão com avaria na soja, ardido, fermentação que passam dos padrões normais de uma colheita”, disse.