Clima do início de ano favorece reprodução desses bichos e, com isso, as lagartas estão prejudicando os pastos no oeste de São Paulo, trazendo grande prejuízo aos pecuaristas.
Umidade combinada com temperaturas elevadas. Prato cheio para a proliferação de lagartas nas pastagens. A lagarta militar (Spodoptera frugiperda) e curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes) são as mais comuns e, em grandes quantidades, podem destruir todo um pasto. Muitos criadores de gado têm prejuízos com áreas atacadas.
Lagartas estão tirando o sono de criadores de gado do oeste de São Paulo. O clima deste início de ano acaba favorecendo a reprodução desses bichos. A situação tem trazido muita dor de cabeça e prejuízos aos pecuaristas da região, tendo em vista que os animais acabam precisando de uma maior suplementação no cocho.
Além da necessidade de uma dieta complementar no cocho, há a necessidade de reformar essas pastagens e, claro, o gasto com produtos para realizar o controle da praga, aumento assim os custos de produção dessas propriedades e prejudicando as margens de lucro dos pecuaristas.
Para se ter uma ideia do tamanho do prejuízo, na propriedade de José Roberto de Almirante, por exemplo, que fica em Mirante do Paranapanema, as lagartas tomaram conta dos 3 hectares de pastagem. Segundo o pecuaristas, a estratégia para evitar que o gado tenha um efeito sanfona é a suplementação no cocho.
“O jeito está sendo colocar mais cochos para alimentar os animais. Mas os custos da produção estão preocupando o pecuarista”, afirma.
Há várias espécies de lagartas nas pastagens brasileiras. Além de precisar de assistência técnica especializada, o pecuarista precisa conhecer quais são, como atacam e como combater as inimigas das pastagens.
A Mocis latipes é a mais importante das lagartas que atacam pastagens. Ela se locomove levantando o dorso, como se estivesse medindo palmos. Sua coloração é verde-escura com estrias longitudinais castanho-escuras, limitadas por estrias amarelas.
A lagarta militar – também conhecida como do cartucho do milho – tem coloração variando do verde ao marrom, com faixas pretas. A cabeça é escura apresentando, quando vista de frente, uma marca de coloração amarelada lembrando um “Y” invertido. Após a eclosão, se alimentam raspando as folhas. À medida que se desenvolvem, passam a consumir as folhas a partir das bordas para a centro.
O controle é necessário para que a praga não migre. A indicação é monitorar a pastagem com frequência e procurar assistência especializada.
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Uma alternativa ao controle químico é aplicação de inseticida microbiano, a base de Bacillus Thuringiensis neste caso não é necessário retirar os animais das áreas tratadas. Outra importante vantagem de sua aplicação consiste no fato de que não elimina os inimigos naturais presentes na pastagem. Estes produtos são mais eficazes contra a curuquerê dos capinzais.
A pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Gado de Corte, Fabricia Zimermann afirma que também existe nas pastagens a lagarta elasmo. A praga provoca uma broca no campo. É pequena e esverdeada, semelhante a Helicoverpa, que ataca as sementes. Ela pode estar presente nas pastagens em frutificação.