Acompanhamento da BASF em lavouras do grão de todo o país dá dicas sobre cuidados para minimizar os impactos de efeitos climáticos.
Com a proximidade do início da nova safra de soja, a principal preocupação dos produtores é em relação às condições climáticas para esse período. Etapas como a germinação, desenvolvimento e a colheita sofrem menos ou mais com as chuvas ou a falta delas. O que já se sabe é que o La Niña será um dos fatores que influenciarão o clima da safra 2024/2025.
Segundo a meteorologista da Nottus, Desirée Brandt, está confirmado que o fenômeno deve acontecer neste ano, porém as previsões vêm indicando que terá uma intensidade de leve a moderada. Além disso, a probabilidade de consolidação do La Niña é maior para o último trimestre do ano. Com isso, há uma grande chance do início do plantio ser mais chuvoso, diferente do ano passado.
“Ainda estamos numa fase de neutralidade climática, mas ele [La Niña] vai se formar. Por enquanto, para o início da safra, não devemos ter riscos. A chuva deve chegar dentro do normal. Neste ano, os modelos de previsão já estão indicando algumas chuvas para setembro, entre Sudeste e Centro-Oeste, e em outubro essas precipitações se consolidam”, afirma Brandt ao Agro Estadão.
Dicas de como se preparar para o plantio de soja com La Niña
Historicamente, o La Niña traz mais chuvas para Norte e Nordeste e estiagem para o Sul. Monitoramento da BASF sobre as condições de clima nas lavouras traz dicas de como o produtor rural deve estar preparado para efeitos climáticos deste tipo. Ainda não é certo que essas condições se confirmem, mas é importante estar em alerta, afirma a diretora de Marketing para Sistemas de Cultivo Soja da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF, Graciela Mognol.
“Podemos ter secas na região Sul do Brasil, principalmente no período inicial, quando o cultivo ainda está se adaptando no solo. Já no Cerrado, especialmente em Mato Grosso, vemos chuvas em excesso, principalmente no momento da colheita. Entender essa complexidade climática é fundamental para que se possa extrair o máximo da lavoura e minimizar impactos”, pondera a diretora.
Segundo a empresa, com o La Niña é necessário fazer um planejamento para diminuir riscos e ter em mente os dados e um acompanhamento com profissionais antes de fazer a compra dos insumos. Além disso, a realidade climática varia de região para região e, por isso, estratégias diferentes fazem a diferença na obtenção de uma produtividade maior.
Cultivares
A recomendação é que haja uma diversificação de estratégias. Por isso, a BASF enxerga que o produtor pode optar por cultivares que ofereçam estágios de maturação diferentes, aliada a uma dinâmica de semeadura em momentos distintos. Outras dicas são:
- No Sul – escolher cultivares que possuem um ciclo mais longo (médias ou tardias), pois pode haver um período de estiagem na etapa vegetativa;
- No Cerrado – eleger cultivares com tolerância maior a doenças de fim de ciclo e que suportem mais umidade nesta fase final pode ser um diferencial para aumentar a produtividade. Isso porque, a época da colheita pode sofrer com a intensidade das chuvas. Além disso, o escalonamento da semeadura também pode ajudar a mitigar o risco de perdas;
- Uso de tecnologia e monitoramento – ferramentas como o Xarvio podem trazer um melhor entendimento ao agricultor da quantidade de insumos e sementes que devem ser usadas por área.
Doenças
Com mais umidade, aparecem também mais doenças, especialmente, as causadas por fungos. Por isso, a recomendação é fazer aplicações preventivas de fungicidas, já que uma vez instalada, essas doenças são de difícil controle.
Na confirmação de chuvas mais dispersas no Sul do país, não é bom que o produtor diminua as aplicações devido ao receio de danos nas folhas. Uma redução nessas medidas preventivas pode enfraquecer o controle e um pico de umidade pode fazer com que os fungos se espalhem de forma rápida.
Neste caso, é possível fazer as aplicações noturnas, para reduzir os efeitos nas folhas dos raios solares e da alta temperatura. Outro ponto que pode ajudar é a escolha de produtos mais seletivos, ou seja, que têm mais especificidade nas ações químicas.
Fonte: Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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