Jovem produtor mata bandidos e é processado

Homem se liberta de sequestradores, reage e mata criminosos; Conforme Polícia Civil, autor dos disparos negociava um trator com bandidos.

Dois assaltantes foram mortos a tiros em Pelotas, no sul do Estado, após sequestrarem um homem no bairro Fragata, na manhã desta quinta-feira (16). Segundo a Policia Civil, os criminosos estavam negociando a venda de um trator para um agricultor de 29 anos. A vítima seria de Carazinho, no norte do Estado, e teria viajado os cerca de 500 quilômetros que separam as duas cidades para fechar o negócio. 

Conforme o delegado plantonista Robertho Peternelli Neto, assim que o agricultor chegou a um posto de combustível, onde encontraria o suposto vendedor do trator, por volta das 9h, foi rendido pelo criminoso que anunciou o assalto.

À Polícia Civil, ele contou que o ladrão entrou no seu carro — uma Frontier — sacou a arma e ordenou que ele dirigisse até outro ponto da cidade, onde estaria um comparsa. 

Assim que encontraram o segundo criminoso, o agricultor teve as mãos amarradas com uma corda e uma camiseta foi colocada no seu rosto. Um dos assaltantes assumiu a direção e o outro sentou no banco traseiro, com o refém ao seu lado. Rendida, a vítima disse aos policiais que resolveu fingir que estava passando mal.

Os criminosos então pararam o veículo para afrouxar a amarração que prendia o homem. Foi neste momento que ele conseguiu sacar a pistola 380 que carregava na cintura e atirar contra os ladrões. 

Segundo o delegado, no primeiro momento o agricultor disparou contra o criminoso que estava ao seu lado. Os tiros atingiram o rosto do homem. O ladrão que dirigia o veículo chegou a pegar sua arma, mas o agricultor conseguiu atingi-lo na cabeça e nos ombros antes que ele conseguisse disparar. Os dois morreram na hora. O agricultor não ficou ferido. 

Os dois corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) de Pelotas. Um deles foi identificado como um jovem de 24 anos. Os nomes dele e do agricultor não foram divulgados pela polícia.  

Ainda segundo o delegado, a arma estava regularizada, mas o homem não tinha porte, apenas posse. Isso significa que ele não poderia transportar a pistola fora da sua propriedade. Por isso, conforme Peternelli, ele deve responder por porte ilegal de arma de fogo. 

A investigação apura, agora, se existem mais pessoas envolvidas na falsa venda do trator.

— A partir de agora, teremos duas investigações. Uma, para apurar os homicídios. Outra, sobre a falsa venda do trator — finalizou o delegado.

O autor dos disparos prestou depoimento na Polícia Civil e deve ser liberado logo depois. 

Fonte: Gaucha ZH

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