Na plataforma Pecuária Transparente, os fornecedores que vendem gado diretamente para a JBS informarão a lista de seus próprios fornecedores de animais.
A JBS já está cadastrando fornecedores de gado em sua plataforma de monitoramento da cadeia de produção de bovinos na Amazônia, recém-criada. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia afirmou que espera encerrar o ano com o cadastro de pecuaristas que movimentam 1 milhão de animais.
Na plataforma Pecuária Transparente, os fornecedores que vendem gado diretamente para a JBS informarão a lista de seus próprios fornecedores de animais. Um sistema criado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) verificará se a lista está completa.
A partir das informações, empresas credenciadas, como a Agrotools, cruzarão dados para verificar se algum fornecedor da cadeia está relacionado a desmatamento vetado pelo Código Florestal, a invasões de terras indígenas ou unidades de conservação, a trabalho análogo à escravidão ou à ocupação de áreas embargadas pelo Ibama.
O resultado será enviado ao próprio fornecedor direto. Segundo a JBS, com essas informações, o produtor “poderá desenvolver planos para mitigar riscos e implementar ações para ajudar os produtores a regularizar as situações quando necessário”. A plataforma utiliza tecnologia blockchain, que impede que dados sensíveis estejam ao alcance da JBS. A empresa terá acesso apenas a informações socioambientais.
O cadastro na plataforma é voluntário, mas a adesão ao monitoramento é crucial para que a JBS alcance suas metas de eliminação de desmatamento e neutralização de emissões de carbono. A companhia tem a meta de conseguir a adesão de todos os fornecedores ao programa até 2025, ano em que ela espera também eliminar de sua cadeia – incluindo os fornecedores indiretos – o desmatamento ilegal na Amazônia. Também faz parte da estratégia o desenvolvimento de um cadastro positivo de produtores que estão em conformidade com as regras socioambientais.
No comunicado, a empresa anunciou ainda o lançamento de 13 “Escritórios Verdes”. Eles serão instalados em unidades de processamento no Brasil e ajudarão os pecuaristas na regularização ambiental
Fonte: Valor Econômico.