O desempenho foi impulsionado pela JBS USA Beef, unidade norte-americana de bovinos, cujo Ebitda subiu expressivos 203,9% para 8,4 bilhões de reais.
A JBS reportou lucro líquido de 7,6 bilhões de reais no terceiro trimestre, expressiva alta de 142% no comparativo anual, novamente impulsionado pelo desempenho das operações na América do Norte que compensaram adversidades no Brasil, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa atingiu 13,9 bilhões de reais, avanço de 74,2% na mesma base de comparação. O desempenho foi impulsionado pela JBS USA Beef, unidade norte-americana de bovinos, cujo Ebitda subiu expressivos 203,9% para 8,4 bilhões de reais.
“A perfomance dos EUA está excelente”, disse à Reuters o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, em referência à maior unidade da companhia em faturamento.
A receita líquida da companhia somou 92,62 bilhões de reais no trimestre, avanço de 32,2% no ano a ano, registrando um crescimento em reais em todas as unidades de negócios da empresa: Seara (+38,2%), JBS Brasil (+35,3%), JBS USA Bovinos (+34,2%), JBS USA Suínos (+42,2%), e PPC (+21%).
Das vendas totais, cerca de 75% do valor teve origem em operações com sede na América do Norte.
No período, cerca de 73% das vendas da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 27% por meio de exportações –nos EUA, uma parcela relevante do resultado se deve ao consumo local, principalmente após o retorno do food service.
Questionado sobre a suspensão temporária de embarques de carne bovina do Brasil para seu principal comprador, a China, Tomazoni afirmou que a JBS possui uma plataforma global, e que momentos como o atual no mercado brasileiro são compensados por ciclos positivos em outros lugares em que a companhia atua, como os Estados Unidos.
“O impacto na JBS, por ser essa plataforma global, o impacto dela é relativo, ele tem uma dimensão diferente de uma empresa que só atua no Brasil e exporta para China”, disse ele.
“A gente reduziu significativamente nossa operação no Brasil (devido à suspensão chinesa) porque é uma conjuntura de mix de produtos. Adequamos nossas fabricas à produção e há uma adequação à demanda do mercado interno. Não tomamos nenhuma medida de férias coletivas porque acreditamos que deve haver a abertura”, acrescentou.
Neste contexto, a JBS aprovou a distribuição de dividendos intercalares, com base no lucro líquido do exercício em curso, no montante total de 2,37 bilhões de reais.
A JBS comentou que o lucro líquido acumulado em 2021 chegou a 14 bilhões de reais, valor que já implicaria um dividendo mínimo de em torno de R$3,5 bilhões a serem pagos em 2022, dos quais 2,5 bilhões foram adiantados em agosto.
No terceiro trimestre, o fluxo de caixa livre, após adição de ativo imobilizado, juros pagos e recebidos, totalizou 7,3 bilhões de reais, acrescentou a empresa, que disse também que os investimentos somaram 7,7 bilhões de reais.
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A companhia também ressaltou que encerrou o trimestre com 23,3 bilhões de reais em caixa.
A dívida líquida em reais aumentou de 51,5 bilhões de reais no terceiro trimestre do ano passado para 61 bilhões de reais, com a alavancagem reduzindo de 1,83 vez para 1,52 vez no período.
O CFO e diretor de Relações com Investidores na JBS, Guilherme Cavalcanti, disse que mesmo diante dos pagamentos de dividendos realizados pela empresa e das aquisições realizadas ao longo do ano, a expectativa é manter a alavancagem abaixo de 1,6 vez ao final do quarto trimestre.
Fonte: Reuters