Animais têm vindo a deslocar-se das zonas rurais em busca de comida. Os ataques desses animais tem causado pânico na zona urbana e morte na zona rural. Veja!
Os javalis são um grande problema no Brasil, já que não são espécies nativas da região, por conta disso, estão cada vez mais populosas. Infelizmente, o problema se agrava também na Europa, onde os animais estão tomando conta das cidades!
Têm vindo a surgir cada vez mais testemunhos e vídeos nas redes sociais de javalis selvagens a passearem por zonas urbanas. O caso mais recente registado pela câmara de um telemóvel foi o de um trio de animais apanhado, nesta terça-feira, a passear num parque de estacionamento da Amadora, junto de uma zona residencial na freguesia da Encosta do Sol.
Estão cada vez mais familiarizados com o ser humano, mas podem colocar em perigo a sua integridade física.
E esta não foi a primeira vez que javalis selvagens foram avistados naquela zona, que já recebeu outras ‘visitas’ semelhantes já por duas outras vezes. Contudo, não é esta a única zona urbana em que tais espécimes selvagens têm sido avistados.
Falamos com João Dinis, membro da direção da Confederação Nacional de Agricultores (CNA), que explicou que em causa está um atual “descontrole das populações de javalis, que tem vindo a acentuar-se nos últimos três anos.”
Segundo o membro do CNA, foi mesmo a ação do homem que causou a ‘aproximação’ deste animal selvagem aos centros urbanos. “Com a concentração das bolsas agrícolas nos núcleos urbanos, os animais, que precisam de comer, têm-se aproximado desses centros em busca de alimento”.
Além dessa ação, os animais “têm sido expulsos dos seus antigos habitats pelas secas frequentes e por violentos incêndios florestais”. A “necessidade de comer e a falta de alimentação nos seus antigos habitats, levaram a que os javalis se aproximem dos centros urbanos e se familiarizem com os humanos”, acrescentou João Dinis.
Esta aproximação das zonas urbanas, tal como o aumento da população de javalis, levaram a múltiplas queixas e protestos de agricultores, que viram as suas explorações agrícolas sofrer danos severos. Há quem chegue a ter mais de 30 mil euros de prejuízo.
Em busca de comida
“Com o calor, os bichos saem com mais frequência na busca de água e de comida e quem é que os alimenta? Os agricultores não podem ser condenados a alimentá-los à custa de grandes prejuízos e da própria exploração”, afirmou João Dinis.
Segundo este responsável, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) “recebe por ano uma média de 11 milhões de euros das zonas de caça e licenças de caçadores. Justifica-se que fosse esta entidade e o Governo, neste tipo de situações críticas, quem pagasse as indenizações aos agricultores”.
O representante do CNA aponta o dedo ao ICNF e ao Governo, que “estão protegidos pela lei, que atira o pagamento das indemnizações e responsabilidades para as zonas de caça”.
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Ainda segundo João Dinis, a solução para este descontrole passaria por um “rastreamento da densidade populacional e da mobilidade desta espécie. Isto é algo que deve ser feito pelo Estado e pelo ICNF, para poderem intervir no controle dos animais.”
“Este controle, incluindo o controlo sanitário, deixou de existir. Compete ao Estado fazer essa gestão. O Ministério da agricultura e o ICNF não o fazem e não arranjam quem o fizesse”, adiantou.