Espécie de javali avança sobre colheitas e causa estragos na agricultura; Especialista da Esalq conta que medidas de extermínio desses animais são ineficazes, restando aplicar métodos de capturas e abates.
O javali é uma espécie nativa da Europa, Ásia, Ilhas Sonda e Norte da África. No Brasil, a criação da espécie começou nos anos de 1990. O animal é artiodáctilo, ou seja, uma ordem de mamíferos com um número par de dedos nas patas. Em 1989, criadores da espécie soltaram parte de vários animais na natureza.
Hoje em dia, os javalis buscam refúgio nas áreas de reflorestamento das fazendas e, consequentemente, avançam sobre colheitas, comprometendo a produção agrícola em vários estados do País. Os produtores estão cansados de tanto prejuízo com essa praga e pedem, urgentemente, a caça desses animais com abate para controle da reprodução desenfreada. Inúmeras são as consequências da proliferação dos javalis no campo, assim como estragos na fauna e flora do país!
Os produtores estão cansados de tanto prejuízo com essa praga e pedem, urgentemente, a caça desses animais com abate
E o problema se intensificou com o cruzamento dos javalis com os porcos domésticos. Hoje, o javaporco causa prejuízos a produtores em diversos estados brasileiros. Neologismo criado para definir esse híbrido, javaporco também é conhecido como javali-euroasiático, javardo, porco-bravo, porco-monteiro, no Pantanal, porco-selvagem-euroasiático e porco-montês.
A espécie foi caçada e extinta na Europa, mas, na Grã-Bretanha, os javalis foram exterminados ainda no final do século XIII e retornaram em 1990, se restabelecendo em pequenos grupos na Inglaterra.
Por falta de predadores naturais, os javaporcos têm se reproduzido em larga escala nas áreas rurais brasileiras, causando danos ambientais que contribuem para o assoreamento de nascentes de rios e riachos. Os prejuízos à flora e à fauna são evidentes.
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Atacam espécies nativas, se alimentando de ovos e filhotes, além dos estragos à agricultura e pecuária, já que também atacam animais de criação, com potencial para transmissão de diversas doenças, incluindo zoonoses.
Para o professor do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, Dante Pazzanese Duarte Lana, o maior problema são os locais de refúgio onde se concentram esses animais, próximos a áreas de agricultura: “Nessa região, os javalis irão procurar alimentação e, consequentemente, essa alimentação estará nas áreas dos agricultores daquela determinada região”.
Duarte Lana também lembra que esses animais chegam a ter múltiplas crias ao longo do ano “e estão colonizando áreas novas, porque o javaporco é extremamente prolífico, ou seja, ativo sexualmente, fazendo com que o número de crias seja muito maior do que da espécie irmã, o javali-selvagem-europeu”.
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Considerado praga e espécie nociva, caça e abate à população de javalis são permitidos para pessoas devidamente cadastradas pelo órgão de controle ambiental, o Ibama, que, em contrapartida, procura incentivar a preservação de espécies similares de taiassuídeos nativos, família de mamíferos que inclui porcos selvagens como a queixada e o caititu.
Adaptado do Jornal da USP