As tendências climáticas no trimestre apontam para condições pluviométricas suficientes para plantar uma nova pastagem e seu estabelecimento. Confira!
O produtor que pensa em plantar um novo pasto tem duas notícias a receber. A boa é que a janela para o plantio ainda está aberta; a ruim, o prazo é curto, meados de fevereiro. As tendências climáticas para o trimestre – janeiro, fevereiro e março – apontam para condições pluviométricas suficientes para não somente plantar uma nova pastagem como para seu adequado estabelecimento.
“O pasto precisa de 60 dias de chuva, em torno de 200 ml para se estabelecer, e as tendências de chuva, segundo boletim agroclimatológico do INMET (áreas em azul nos mapas), garantem que até o dia 15 de fevereiro será possível plantar pastagem, e assim, aproveitar ao máximo a janela”, afirma o zootecnista da Embrapa, Haroldo Pires de Queiroz.
Ele destaca que esse pasto é estratégico para o produtor rural, de outono-inverno e por ser um pasto recém-plantado, os seus primeiros seis meses são de alta qualidade, sendo estratégico para o período da seca. É um pasto de entressafra.
Essa pastagem é indicada ainda para o produtor que faz integração soja e pastagem e para aquele que plantar milho em sucessão a soja.
Segundo o analista da Embrapa (Campo Grande, MS), com esse pasto safrinha é possível ter, na seca, um ganho de peso de cerca de 700 gramas/cabeça/dia, sem a necessidade de suplementação, somente o sal mineral e a garantia de engorda e terminação do animal.
Entretanto, para se obter tais benefícios, Queiroz destaca que um pasto de qualidade depende de água, luminosidade e temperatura, os chamados fatores ambientais. Porém, fatores como a qualidade da semente, preparo do solo e escolha da semente e do animal interferem igualmente no sucesso ou insucesso da atividade.
Dicas para formar a pastagem
A primeira delas se refere à reforma ou manutenção. O analista ressalta que no processo de reforma da pastagem o produtor gasta muito mais que em sua manutenção.
Na manutenção não há custos com maquinários, insumos e determinadas operações necessárias na reforma. Além disso, o pasto na reforma fica parado por seis meses e isso gera perdas. Com a correção de manutenção, o produtor dilui os custos ao longo do período.
Já a escolha da forrageira ‘ideal’ depende dos objetivos da propriedade rural.
“Se você trabalha com sistema intensivo precisa de um capim mais fácil de manejar. Se o seu objetivo é uma produtividade não tão alta, você precisa de uma forrageira que exija menos adubação de manutenção. Você ainda tem que considerar se a forrageira se destinará à manutenção do gado de cria ou à engorda de novilhos. Dependendo de suas estratégias, a pastagem pode ser utilizada também para silagem, fenação ou feno em pé. Tudo isso influencia a escolha do capim”, detalha Queiroz.
Com a forrageira escolhida, o empreendedor rural precisa preparar o solo para receber a semente. Isso significa corrigir a fertilidade, controlar as invasoras e nivelar o solo para o depósito adequado da semente, garantindo sua melhor germinação.
Alguns itens são obtidos por meio de uma criteriosa análise de solo e acompanhamento de profissional da área credenciado (engenheiro-agrônomo), o que garante a longevidade da pastagem.
Em relação às sementes, o especialista lembra que “investir em semente é pensar em longo prazo. Gastar com semente de qualidade e na quantidade necessárias”, além de a aquisição de sementes em estabelecimentos idôneos, garantindo a semente legal.
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O custo com sementes não chega a 10% se comparado a outros insumos e, além disso, um pasto bem formado pode durar até 20 anos. Já uma safra perdida, muito mais.
Há os cuidados extras do pós-plantio, como o monitoramento de lagartas, formigas, insetos cortadores e plantas daninhas; e entre 40 e 60 dias ocorre o primeiro pastejo. “O produtor não pode deixar o pasto ‘sementear’. Assim que atingir a altura de manejo, ele dá o primeiro pastejo, uniformiza a altura e garante um bom perfilhamento inicial.”