Com uma pausa nos shows durante pandemia a dupla Jads & Jadson, aproveitaram para intensificar um pouco o “lado pecuarista” e a paixão pelo Senepol; Confira!
A dupla Jads & Jadson, além de serem grandes nomes da música sertaneja, ele são grandes pecuaristas do Brasil. Em uma entrevista concedida, os os artistas lembraram infância na roça, a luta para alcançar o sucesso na música e a volta às raízes no campo e mostram sua fazenda milionária no Pará, além da paixão pela raça Senepol.
Os irmãos Jads Paulo Alves dos Santos e Jadson Alves dos Santos são naturais da cidade de Catanduvas. Hoje vamos mostrar a dupla Jads & Jadson, formada pelos irmãos nascidos no Paraná, enraizados em Ponta Porã-MS e que ganharam o Brasil não só com a música sertaneja, mas também com a pecuária de corte e outros empreendimentos agropecuários. Eles começaram bem cedo na cidade de Ponta Porã, no Mato Grosso, em 1990. O primeiro álbum se chama Jads & Jadson.
“A gente vê que tudo tem um lado bom”, reconheceu o cantor Jadson em entrevista. Ele estava comentando como a pandemia, embora tenha sido responsável por tristezas e muitos desafios, serviu para que ele, junto ao seu irmão, pudesse estar mais próximo ao campo e se dedicar à produção de alimentos.
“O Brasil a gente sabe que é movido a agronegócio. O sertanejo, principalmente, se não tiver o agronegócio, não vai junto, não. Ele freia e fica parado”, observou Jads.
“Foi uma coisa que a gente não esperava ficar tanto tempo parado. […] A gente pensava que ia ser rapidinho, que em dois ou três meses a gente voltava… E não voltou.[…] Lógico, a gente lamenta demais as mortes, todo o transtorno, tantas famílias que se foram, mas para muita gente, como para mim e meu irmão, que não tínhamos muito tempo para as nossas coisas, sempre viajando, na estrada, serviu para nós enxergarmos também um pouco a família, ficar um pouco com a família e também começar a olhar com outros olhos o (agro) que a gente tem aqui hoje e que está nos sustentando”, completou.
O próprio Jads lembrou da trajetória pessoal antes de embalar a carreira artística com o irmão Jadson.
“A gente tinha um sítio em Ponta Porã e eu comecei a mexer com ele (pai) direto e só foi em 1998 que a gente resolveu trocar essa chácara, essa fazendinha, por uma bem maior lá no Novo Progresso (Pará) e fomos para lá de mala e cuia e aí estamos lá até hoje, somos apaixonados pelo Pará. […] Eu fui junto com meu pai, essa fazenda que a gente tem no Progresso, minha e do Jadson, fui eu que abri, praticamente, na época eu trabalhei um pouco também, […] morei com meu pai durante quatro anos e vim para Campo Grande, encontrei com o Jadson e voltei a cantar com ele já na década de 2000”, recordou.
“A gente mexe com pecuária já há um bom tempo. Desde o Pará são 15 anos, no mínimo, e a gente sempre mexendo com gado de corte, mais para o lado da cria, também, e aí eu comecei um projetinho de gado PO em Campo Grande (MS), junto com minha esposa, também, junto com o Rogério Rezende, meu grande companheiro, neto do seo Li Teixeira”, completou Jadson.
A dupla tem plantel de gado Nelore e seleciona tourinhos Senepol para a cobertura a campo, que pela rusticidade do taurino faz sucesso no Pará pelo clima que tem.
“Esse cruzamento que a gente consegue fazer é a pasto com o touro Senepol. Lá a grande maioria das propriedades, principalmente no Parazão de Deus, norte de Mato Grosso, não têm ainda toda essa tecnologia para fazer IATF, então a gente consegue chegar bem próximo da IATF com um touro que se aclimatou muito bem. A gente já tem uma bezerrada crioula há algum tempo dos nossos touros e começamos agora a pulverizar esses touros pela nossa região. O pessoal está muito feliz e nós também estamos felizes porque lá no Pará está fazendo uma diferença enorme, é uma precocidade enorme”, aprovou Jads.
O Acasala+, programa de acasalamento oferecido pela S+, chegou à Fazenda Santa Maria, em Campo Grande/MS. Sede do Senepol JJ, da dupla Jads & Jadson. São 30 as doadoras que compõem o recente plantel desenvolvido pela dupla de cantores desde 2014. Do total, 70% delas serão acasaladas com sêmen de touros importados raros e exclusivos da bateria da S+, além de nacionais provados.
O médico veterinário Fernando Vieira dos Santos, gerente do Senepol JJ há um tempo, avalia como muito positiva a retaguarda que a S+ dá à seleção. Das doadoras adquiridas junto aos mais importantes criatórios do País, sairão produtos de FIV que passarão por avaliações como o Geneplus, da Embrapa, e o Safiras do Senepol.
“O que nascer, macho ou fêmea, tem de ser bom e esse acompanhamento aumenta a chance de tirarmos produtos de excelência”, afirma o gerente.
Além da pecuária, os cantores estão diversificando os produtos. Jads, por exemplo, começou recentemente um projeto de aquicultura em MS. “Eu já tinha começado a mexer com isso devagarzinho, há uns três, quatro anos atrás com a tilápia, são tanques suspensos de geomembrana, é um negócio bem legal, uma tecnologia que vem do México, que vem da Austrália e aqui no Brasil ainda não é tão usada. São tanques suspensos em que o peixe não tem contato com a terra. […] A tilápia é um peixe muito resistente, muito precoce também, você consegue girar ciclo de engorda dentro de seis, no máximo oito meses. […] É uma UTI, que a gente costuma dizer, porque os peixes são monitorados 24 horas por dia, 24 horas com oxigenação mecânica, com aeradores, é uma coisa bem legal de se ver”, orgulhou-se.
O agronegócio, na realidade, serviu muito de inspiração para a carreira da dupla. “A gente está sempre mantendo essa identidade, levando a viola mais caipira, que a gente tem realmente desde o berço, da lida. A gente é muito feliz, […] temos o Pantanal que nos inspira demais também”, revelou Jadson.
Na participação no Giro do Boi, a dupla relembrou a trajetória para o sucesso, tocando e cantando músicas como “Com todos menos comigo” e “Jeito carinhoso”. “Esse é o nosso divisor de águas. Depois dela que a gente começou a tocar no Brasil inteiro. Ela foi gravada por volta de 2012, 2013 e é como a gente diz, Chitãozinho & Xororó tem o fio de cabelo, nós temos a ‘Jeito carinhoso’’.
Os artistas falaram ainda na entrevista sobre a expectativa da volta aos palcos pós-pandemia e reconheceram a importância do agro em meio ao período de pandemia.
Com patrimônio líquido atual a dupla Jads e Jadson contam com mais de R$ 1.2 bilhões de reais e juntos administram uma mineradora de diamantes, proprietários de mais de 42 fazendas ativas em todo o Brasil.
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“O nosso público, o nosso estilo, a maioria dos nossos shows são nas festas agropecuárias, nas pecuárias, como a gente fala. Acho que mais de 70% são desse tipo de evento. Então quando essas festas voltarem ao normal, provavelmente a nossa agenda de shows também volta. […] Vamos dizer que a gente vai dar uma aquecida até o fim do ano e a partir de 2022 o bicho pega”, projetou Jads.
“A todos os produtores que estão assistindo, o nosso grande abraço, o nosso respeito a esta classe que com certeza sustenta o nosso país e tem mostrado o que é o Brasil de verdade!”, concluiu Jadson.