Itens que compõem a ração animal ficaram mais baratos em novembro

“Mercado deve aproveitar redução de 10% na alíquota de importação de insumos para alimentação animal”, recomenda especialista da MCassab

As indústrias de alimentação animal, agroindústrias e produtores de bovinos, aves, suínos e peixes que fabricam sua própria ração têm, a partir do dia 12 de novembro, a oportunidade de adquirirem os micro ingredientes essenciais utilizados na nutrição animal com redução de 10% na alíquota de importação. “Vitaminas e aminoácidos para as rações animais estão entre os 10 mil itens beneficiados pela medida federal que corta a alíquota do imposto de importação até o final de 2022”, informa o médico veterinário Guilherme Palumbo, responsável pela área de ingredientes da MCassab Nutrição e Saúde Animal.

Para Palumbo, a notícia deve ser comemorada pela cadeia da produção animal e de petfood porque os preços atuais das vitaminas e aminoácidos estão acima da média histórica devido à instabilidade do fornecimento, especialmente da China. “Além da pandemia, a China enfrenta crise energética e também restrições ambientais. Adicionalmente, a logística global ainda está desorganizada, com altos custos dos contêineres e atraso nas entregas. Todos esses fatores impactam na cotação dos micro ingredientes importados”, esclarece Palumbo.

Segundo o especialista da MCassab, a redução da alíquota de importação é um benefício direto e imediato que o mercado não pode desprezar. “Em regra, todas as vitaminas e aminoácidos estão com preços elevados. De um lado, temos nosso principal fornecedor com problemas para produzir para suprir as necessidades do mercado e as questões logísticas, de outro as cadeias de aves, suínos, peixes, petfood e bovinos têm de continuar produzindo. O Brasil é o maior exportador de carne de frangos e o quarto produtor de carne suína. O brasileiro consome 46 kg de frangos por ano e 16 kg de suínos. Essas indústrias são muito importantes tanto em termos internos quanto globais e não podem correr riscos de abastecimento de matérias primas essenciais”, explica Guilherme Palumbo.

Ele cita como exemplo a metionina, aminoácido indispensável na formulação da ração de aves e suínos. “Trata-se de um insumo 100% importado e, portanto, à mercê dos fornecedores, além de ser influenciado pelo mercado do petróleo, que está em alta. É bastante provável que os preços elevados se mantenham firmes nas próximas semanas”, destaca Palumbo. “O mesmo ocorre em relação às vitaminas. Um importante fabricante internacional já anunciou que os preços serão impactados a curto prazo. Sejam vitaminas ou aminoácidos, os volumes utilizados nas rações são pequenos, mas são essenciais para uma produção de alto desempenho”.

Guilherme Palumbo entende que os usuários dessas matérias-primas precisam ser táticos neste momento, comprando o necessário para manter a operação, ter estoques mínimos e aproveitar o benefício fiscal que o governo federal está oferecendo. “No caso da lisina, por exemplo, insumo importante para a formação da massa muscular dos animais, o imposto de importação é de 12%. O corte de 10% nesse percentual é expressivo. E há outros aminoácidos-chave que terão alíquota zerada pelos próximos 13 meses”.

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