Irrigação de Luz: Primeiro sistema de pivô iluminado do mundo

Irrigação de Luz – O próximo grande salto da produção agrícola; com apenas 40 dias de irrigação artificial de luz durante a noite, produção pode aumentar em 70%

Até recentemente, fatores como a genética, o controle de plantas infestantes, insetos, pragas e doenças, a irrigação e o manejo da nutrição mineral podiam ser manejados para elevar o teto produtivo de uma área. Contudo, o fornecimento de energia luminosa em larga escala sempre esteve na dependência da luz solar.

A luz natural varia tanto diariamente quanto conforme as estações do ano e a latitude de localização da área. Em regiões agrícolas de maiores latitudes (por exemplo, Estados Unidos e Europa), as variações sazonais de luminosidade são ainda mais expressivas, permitindo, na maioria dessas regiões, apenas uma grande safra agrícola por ano.

Foto: Adriana Mendes

Avaliando esta limitação e as soluções aplicáveis é que está sendo proposta e praticada a suplementação luminosa do cultivo agrícola por meio da instalação de painéis de iluminação artificial de alta eficiência (Light Emitting Diode) em pivôs de irrigação. Esta proposta, desenvolvida pelo Grupo Fienile®, permite não só irrigar água no sentido convencional, mas também irrigar luz sobre toda a lavoura de uma forma completamente controlável.

Foto: Reprodução

Esta proposta, inédita pela escala de aplicação, está gerando resultados em pivô de irrigação tradicional em propriedade no município de Monte Carmelo (MG) – primeiro pivô no mundo com irrigação de água e luz.

Com apenas 40 dias de irrigação artificial de luz durante a noite – e durante o dia em períodos nublados – durante a florada e início do enchimento de grãos já foram projetados acréscimos de aproximadamente 66% na produção da soja, indo de cerca de 71 sc ha-1 (padrão da fazenda) para até 118 sc ha-1 no tratamento onde foi adicionada a iluminação artificial ao padrão da fazenda (safra 2019/20).

Confira alguns resultados do estudo:

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Essa produção acima do padrão tradicional também exigiu adequações no manejo da cultura, da semeadura à colheita, na quantidade e no momento de aplicação dos nutrientes essenciais e benéficos. Existe, ainda, a possibilidade de redução da aplicação de fontes minerais – geralmente salinas e degradantes da dinâmica do solo – pela aplicação de fontes mais sustentáveis, como remineralizadores e a adição de matéria orgânica, do aumento da eficiência dos fertilizantes minerais existentes e de adubações verdes visando fixação de nutrientes no solo.

Todo esse pacote de tecnologias reprogramou os limites produtivos antes estabelecidos para as culturas agrícolas. Os desafios para essa tecnologia são todos da pesquisa, que deve descobrir o melhor espectro de luz aproveitado pela planta, dentro da sua genética e fenologia, visto que a tecnologia não apresenta contraindicações. Sabemos que ela funciona e que os resultados são surpreendentes, como nunca se viu no campo em tempos recentes.

As observações se iniciaram há quatro anos, mas essa é a primeira safra em escala comercial (100 hectares), com princípios experimentais, em que a tecnologia é aplicada. A ideia, agora, é partir para o fornecimento de mais horas de luz, de diferentes bandas do espectro luminoso e com maior frequência para revalidar os resultados já observados.

Foto: Adriana Mendes
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