Invasores queimam 4 mil hectares de área produtiva e reserva legal no Amazonas

As chamas, alimentadas pela ação de invasores de terra, colocam em risco não apenas o gado da fazenda, mas também a rica e única biodiversidade do Amazonas, uma área crucial para a preservação ambiental.

Recentemente, a Fazenda Palotina, localizada no sul do Amazonas, tem sido devastada por incêndios criminosos que consumiram cerca de 4 mil hectares de floresta e 500 hectares de pastagens. Esse evento alarmante não apenas representa uma tragédia ambiental, mas também ameaça a produção agrícola local, comprometendo a viabilidade econômica da região. As chamas, alimentadas pela ação de invasores de terra, colocam em risco não apenas o gado da fazenda, mas também a rica e única biodiversidade do Amazonas, uma área crucial para a preservação ambiental.

Os incêndios têm causado estragos significativos na Fazenda Palotina, onde os danos resultaram em perdas produtivas e ameaçam a comercialização do gado, colocando em risco a viabilidade da propriedade. Nos últimos dias, os funcionários da fazenda têm se empenhado em combater o fogo, que se alastrou rapidamente a partir da área de reserva legal, intensificado por ventos fortes. Sidney Zamora Filho, proprietário da Fazenda Palotina, compartilhou sua angustiante experiência: “Estamos há dias tentando controlar as chamas.

Infelizmente, o fogo atingiu nossos pastos, e tivemos que interromper todas as atividades da fazenda, incluindo a inseminação artificial. Nosso foco agora é salvar o gado e proteger o que ainda resta da propriedade.” O esforço tem sido heroico, mas não sem custos: alguns funcionários sofreram queimaduras leves durante o combate.

A origem dos incêndios está diretamente ligada à ação de invasores de terra que ocupam a reserva legal da fazenda desde 2016. Sidney relata que, apesar de já terem sido obtidas quatro decisões favoráveis de reintegração de posse, os invasores continuam a desmatar, queimar e loteiar as terras, vendendo-as ilegalmente. “As autoridades ambientais têm sido ineficazes em responder às nossas denúncias feitas ao IBAMA e à Polícia Federal. A inércia delas tem contribuído para a perpetuação desse crime ambiental”, destaca o produtor.

Os danos não se limitam ao aspecto ambiental. Com a destruição de cercas e pastagens em uma área já afetada pela seca, a fazenda enfrenta sérios prejuízos financeiros e logísticos. Os frigoríficos, conscientes dos desmatamentos ilegais na área invadida, bloquearam a comercialização de gado, dificultando ainda mais a recuperação da Fazenda Palotina.

Apesar da gravidade da situação, Sidney mantém a esperança de que as autoridades adotem medidas mais rigorosas contra os crimes ambientais. “Nós, produtores rurais sérios, somos os maiores defensores do meio ambiente. Abominamos o fogo e estamos preparados para combatê-lo, mas precisamos de apoio para impedir a destruição das nossas propriedades”, conclui.

A resposta das autoridades locais e federais ao desastre na Fazenda Palotina tem sido considerada insuficiente. Apesar das inúmeras denúncias feitas ao IBAMA e à Polícia Federal, a inércia em agir contra os invasores de terra e os incêndios criminosos é alarmante. A falta de uma resposta rápida e eficaz levanta preocupações sobre a capacidade do governo de proteger as áreas vulneráveis e garantir a segurança dos produtores rurais.

Organizações ambientais e ONGs também têm se mobilizado, mas seus esforços são frequentemente limitados por falta de recursos e apoio governamental. Elas têm realizado campanhas de conscientização e pressionado por ações mais rigorosas, mas a necessidade de medidas efetivas para proteger o meio ambiente e as propriedades rurais é cada vez mais urgente.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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