Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária divulga dados e perspectivas do setor lácteo de MT

Preço médio pago ao produtor em dez.22, referente ao leite captado em nov.22, fechou em R$ 2,25/l em MT, recuo de 14,39% no comparativo mensal.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), pelo quarto mês consecutivo, o preço pago ao produtor de leite em Mato Grosso registrou tendência de queda devido ao avanço do período chuvoso e melhora na qualidade das pastagens, o que proporcionou o aumento da produção de leite para o período.

Dessa forma, o Índice de captação de leite em MT (ICAP-L) apresentou avanço de 20,73% de nov.22 ante a out.22. Assim, preço médio pago ao produtor em dez.22, referente ao leite captado em nov.22, fechou em R$ 2,25/l em MT, recuo de 14,39% no comparativo mensal.

No entanto, no comparativo anual, os patamares de preços ficaram 23,90% acima do observado no mesmo período de 2021. Entretanto, as expectativas são de queda para os próximos meses devido ao avanço da produção em período de safra, que aumenta a oferta interna, somado ao pacto comercial com o Mercosul, que estimula as importações de lácteos no Brasil.

  • Queda: devido à redução no preço da matéria-prima, o leite UHT em Mato Grosso recuou 19,42% de nov.22 ante a out.22 e fechou a média em R$ 4,15/l.
  • Baixa: diante do avanço das chuvas nas principais bacias leiteiras do Brasil e o aumento da oferta no campo, o preço do leite pago ao produtor recuou 6,23% de nov.22 ante a out.22.
  • Sobe: com a queda dos preços no campo, somada à elevação do preço das commodities, a relação de troca leite/farelo de soja subiu 18,60% de nov.22 ante a out.22 e ficou em 1,07 mil l/t.

A balança comercial de lácteos no Brasil apresentou o maior saldo negativo da série histórica e fechou em déficit de US$ 617,78 milhões em 2022.

O ano de 2022 foi marcado pela menor oferta de leite no campo e preço pago ao produtor em patamares recordes, fatores que estimularam a importação de produtos lácteos para o período. De acordo com os dados da Secex, as compras internacionais de derivados lácteos acumularam US$ 704,23 milhões em 2022, aumento de 48,09% frente a 2021 e valores recordes para a série histórica.

O cenário altista foi impulsionado pelas maiores aquisições de leite em pó advindo de países do Mercosul a preços 25,33% acima dos observados em 2021, com valor médio de US$ 4,04/kg em 2022. Já as exportações em 2022 totalizaram US$ 86,44 milhões, avanço de 4,03% ante o ano anterior. Dessa forma, o saldo negativo da balança comercial de lácteos no Brasil avançou 57,42% de 2022 à 2021 e pode continuar em altos patamares caso a oferta nacional de leite não se recupere em 2023.

Fonte: IMEA

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