Paulistas produzem leite anti-alérgico identificando vacas saudáveis

Estudo foi realizado com rebanhos de Centro de Pesquisa de Nova Odessa (SP).

Cientistas mapearam vacas com proteína saudável ao consumo humano. Entenda a seguir como aconteceu essa importante conquista.

O Instituto de Zootecnia de Nova Odessa – SP desenvolveu uma pesquisa pioneira para produzir um tipo de leite que não causa alergia pela proteína presente na bebida. Os estudiosos do Centro observaram a composição genética do gado e realizaram o cruzamento apenas entre os rebanhos que apresentaram a proteína Beta Caseína (A2) no organismo que, segundo o estudo, são mais saudáveis para o consumo humano.

Enquanto o leite comercializado tem apenas 11% da presença da proteína A2, no leite do gado com o melhoramento genético, analisado na pesquisa, a existência Beta Caseína sobre para 88,5%, segundo o estudo. A ideia é disponibizar para o consumo o leite que, de acordo com os cientistas, ajuda a evitar doenças como diabetes e problemas cardíacos.

“Ao agregarmos valor ao leite, contribuímos também para a melhor remuneração do produtor”, explicou o diretor do Centro de Pesquisa com Bovinos do Leite, Anibal Eugênio Vercesi Filho. “A raça Gir Leiteiro, além da adaptabilidade e resistência, apresenta leite não-alergênico”, disse. Para a pesquisa, foram analisados os perfis genéticos de 385 matrizes da raça Gir Leiteiro.

Instituto descobriu leite 'antialérgico' com cruzamentos de rebanhos (Foto: Reprodução/EPTV)
Instituto descobriu leite ‘antialérgico’ com cruzamentos de rebanhos (Foto: Reprodução/EPTV)

De acordo com o diretor do Centro, o objetivo é formar um rebanho de animais com a genética da Beta Caseína e que produzam leite com a A2. Os resultados do estudo apontam uma vantagem para a raça do gado Gir Leiteiro, espécie mais utilizada para a produção do laticínio no Brasil, devido à elevada presença do gene que decodifica a proteína.

No projeto, participaram pesquisadores do IZ em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal e com aAssociação Brasileira de Criadores do Gir Leiteiro (ABCGIL). “Assim, em médio prazo, o Instituto de Zootecnia poderá fornecer leite contendo apenas a proteína Beta Caseína A2. Além disso, as matrizes e reprodutores passarão essa mesma característica aos seus descendentes”, ressaltou.

Fonte: G1 Piracicaba e Região (24/08/16), com adaptações feitas pela equipe do CRPBZ.

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