Inovação tecnológica permite monitoramento preciso de emissões na pecuária de corte

Esse controle possibilita uma visão clara dos pontos críticos, permitindo otimizações no manejo e na dieta dos animais, alinhando a produção às metas globais de sustentabilidade.

A pecuária de corte movimenta bilhões de reais e alimenta milhões de pessoas no Brasil e no mundo, mas enfrenta um desafio crescente: como equilibrar produção em grande escala com a preservação ambiental? A sustentabilidade tornou-se uma peça central na produção de proteína animal, impulsionada pela necessidade de reduzir o impacto ambiental e melhorar a eficiência produtiva. Entre os grandes desafios para o desenvolvimento sustentável, as emissões de gases de efeito estufa ocupam um lugar de destaque. O metano, liberado principalmente no processo digestivo dos bovinos, é um dos gases mais potentes em termos de efeito estufa, exigindo que o setor inove em práticas e tecnologias.

Com o avanço tecnológico e métodos sofisticados de monitoramento, a pecuária busca formas de medir com precisão essas emissões, criando estratégias eficazes para reduzi-las. Esse controle possibilita uma visão clara dos pontos críticos, permitindo otimizações no manejo e na dieta dos animais, alinhando a produção às metas globais de sustentabilidade.

Parceria estratégica entre Cargill e Embrapa: Um marco para a pesquisa em pecuária

Em uma iniciativa que promete redefinir os padrões de sustentabilidade na pecuária de corte, Cargill e Embrapa firmaram uma parceria no laboratório de Juiz de Fora (MG). Esse esforço conjunto explora soluções tecnológicas para ampliar o controle das emissões de gases de efeito estufa, estabelecendo um modelo prático e cientificamente robusto para o setor.

Com ampla experiência no setor de proteína animal e um forte compromisso com práticas sustentáveis, a Cargill oferece suporte técnico e operacional para aplicação das tecnologias no campo. A Embrapa, por sua vez, contribui com décadas de pesquisa em sistemas de produção sustentável, acelerando o desenvolvimento de tecnologias aplicáveis à realidade dos produtores.

Medindo as emissões com precisão

Inovação tecnológica permite monitoramento preciso de emissões na pecuária de corte
Foto: Divulgação

Para uma pecuária mais sustentável estão as câmaras respiratórias climatizadas, desenvolvidas para medir com exatidão as emissões de gases em bovinos. Esse sistema avançado, utilizado no laboratório de Juiz de Fora (MG), controla o ambiente dos animais monitorados, garantindo condições constantes de temperatura, umidade e ventilação. As câmaras detectam volumes mínimos de emissão, fornecendo dados essenciais para a análise dos impactos ambientais da pecuária de corte.

A tecnologia mede diferentes gases emitidos pelo gado, como dióxido de carbono (CO₂), óxido nitroso (N₂O) e, principalmente, metano (CH₄), que possui um potencial de aquecimento global 28 vezes maior que o do CO₂ em um período de 100 anos. Com uma margem de erro inferior a 1%, as câmaras permitem coleta contínua e precisa dos dados, essencial para desenvolver aditivos alimentares e estratégias nutricionais voltadas à redução do metano entérico, responsável por cerca de 60% das emissões de gases na pecuária.

Com dados confiáveis, os pecuaristas adotam práticas que reduzem o impacto ambiental e aumentam a produtividade, promovendo a saúde dos animais.

Inovação tecnológica permite monitoramento preciso de emissões na pecuária de corte
Foto: Divulgação

Otimização da dieta e redução de desperdícios

A adoção das câmaras respiratórias impacta diretamente o controle e aprimoramento da dieta animal, ajustada com base em dados precisos sobre a emissão de gases. Com análise detalhada das respostas dos animais a diferentes composições alimentares, é possível identificar ingredientes mais eficientes na redução de gases e no aproveitamento de nutrientes essenciais. Isso permite uma alimentação direcionada, que minimiza o desperdício de nutrientes e promove uma digestão mais eficiente.

Ao otimizar a dieta, os pecuaristas podem reduzir o desperdício alimentar em até 20%, aumentando a conversão de nutrientes em energia útil para o animal. Esse avanço beneficia o meio ambiente, ao reduzir as emissões associadas à fermentação dos alimentos no rúmen, e eleva a produtividade do rebanho. Animais com dietas equilibradas crescem de forma saudável e apresentam melhor condição corporal, impulsionando o desempenho geral da produção.

Além dos avanços ambientais, essa inovação representa um grande benefício econômico. Com uma alimentação mais eficaz, os pecuaristas observam um retorno maior sobre o investimento em insumos e suplementos, obtendo mais carne com menos recursos. Esse ciclo de otimização reforça a viabilidade de práticas sustentáveis e destaca a importância da inovação para uma pecuária de corte cada vez mais eficiente, responsável e alinhada às expectativas de um mercado focado em sustentabilidade.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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