Experimento realizado na Embrapa Amazônia mostrou que inoculante reduz uso de nitrogênio em milho e aumenta produtividade em mais de 100%.
Experimento realizado na Embrapa Amazônia Ocidental (AM) demonstrou que a inoculação da bactéria Azospirillum brasiliense em sementes de milho para cultivo em terra firme, permitiu economia de 20 kg de nitrogênio por hectare e rendimento superior em 104% à média da cultura no estado do Amazonas.
Nos cultivos experimentais no Amazonas em que foi utilizado tratamento com o inoculante nas sementes, o rendimento médio foi de 5.359 kg por hectare, enquanto a média de produtividade dos cultivos de milho no Amazonas é de 2.626 kg por hectare, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A tecnologia de inoculação com Azospirillum no milho foi desenvolvida pela Embrapa e já é utilizada em várias regiões no Brasil, contribuindo para o aumento de produtividade e redução de custos das lavouras. “É a primeira vez que esse produto é avaliado em pesquisas com milho no Amazonas”, conta o pesquisador da Embrapa, Inocêncio Oliveira, que realizou experimentos em área de terra firme, em latossolo amarelo, no Amazonas com o cultivo da variedade de milho BRS Caimbé e o híbrido AG 1051, sob sistema de plantio direto, com avaliação de duas colheitas. Participaram do trabalho também os pesquisadores da Embrapa, Aleksander Muniz e José Roberto Fontes, e o professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Bruno Pereira.
Na pesquisa, verificou-se que a inoculação das sementes com Azospirillum brasiliense aumentou o teor de rendimento de milho, tanto nas plantas não fertilizadas com adubo nitrogenado, quanto nas que receberam o nitrogênio na adubação de cobertura. “O efeito benéfico da inoculação com bactérias diazotrópicas deve-se à produção de substâncias promotoras de crescimento, solubilização de fosfatos, aumento da resistência das plantas ao estresse e à própria fixação biológica de nitrogênio”, explica Oliveira.
Fixação biológica economizou 20kg de nitrogênio por hectare de milho
O pesquisador conta que, no caso do milho, o processo de fixação consegue suprir parcialmente a demanda da planta pelo nutriente, por isso é necessária complementação com a adubação de cobertura para ter melhor rendimento, conforme foi verificado nos experimentos. A adubação de cobertura no milho é realizada, aproximadamente aos 20 e 40 dias, após o plantio.
Alto potencial de crescimento do milho amazonense
No Amazonas, existe demanda interna por milho para utilização na ração animal, principalmente para as atividades de piscicultura e criação de aves. Entretanto, como há pouca produção, o produto é comprado de outros estados.
O pesquisador cita que as dificuldades logísticas para aquisição de insumos (fertilizantes e calcário) impactam no custo de produção do milho no estado e, diante do alto custo, faltam produtores capitalizados para a produção em maior escala. Além disso, nos plantios atuais há pouca adoção de tecnologias e eles apresentam baixa produtividade.
Por outro lado, as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Amazônia Ocidental, no Amazonas, mostram o potencial de cultivo de milho com produtividade superior à média estadual de 2.626 kg/ha. Seguindo as recomendações técnicas e agronômicas para o estado, é possível obter produtividades que variam de 3.000 kg/ha a mais de 5.000 kg/hectare.
Após várias etapas de seleção em pesquisas agronômicas, a Embrapa Amazônia Ocidental em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo já recomendaram diversas cultivares adaptadas às condições de solo e clima do estado do Amazonas como, por exemplo as variedades BR 106, BR 5110, BR 5102, BRS Saracura, BRS 4103, BRS Caimbé, BRS 5011 Sertaneja; e os híbridos BRS 1055, BRS 1060 e BRS 3040.
Confira as produtividades obtidas em experimentos da Embrapa no Amazonas:
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