Praticamente todas as grandes produtoras de fertilizantes no país, foram ou estão sendo vendidas aos estrangeiros; Qual o impacto disso no Agro brasileiro?
Apesar de ser um país líder em produção agropecuária, o país se mostrou grande dependente de outras potências, pelo menos do que diz respeito a demanda de fertilizantes para garantir a sua subsistência. Conforme anunciado, o país importa cerca de 85% do adubo que é consumido. Diante desse cenário, buscamos informações e descobrimos que as industrias de fertilizantes do país estão sendo vendidas aos gringos. Mas afinal, qual a diferença e como isso reduziria a dependência do país?
O mercado a alguns anos atrás se mostrou desfavorável a produção interna de fertilizantes, levando a Petrobras a hibernar suas fábricas, com o apoio do Governo. Esse tiro no pé, levou o país a criar uma dependência da importação. A Guerra na Ucrânia, comandada pela Rússia, expôs o gargalo que se criou, ou melhor, o tiro no pé que o Governo realizou em governos anteriores.
Indústrias de fertilizantes do país são vendidas aos gringos
Petrobrás
Começando pelo anúncio realizado pela ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pré-candidata ao Senado, informou durante evento em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul (MS), que a Petrobras fechou com o grupo russo Acron, empresa Russa, a compra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), localizada na cidade.
A UFN3 teve a obra paralisada em dezembro de 2014. A estatal colocou a unidade à venda em setembro de 2017, alegando que não tinha mais interesse em seguir no segmento de fertilizantes.
Segundo a Petrobras, 81% da obra da fábrica está concluída. Quando começar a operar, a unidade terá capacidade de produzir, diariamente, 3.600 toneladas de ureia e 2.200 de amônia.
As outras unidades da Petrobras, foram arrematas pela Unigel é uma das maiores empresas químicas do país, com posição de liderança em estirênicos, acrílicos e fertilizantes nitrogenados na América Latina. Fundada em 1966, a Companhia está estrategicamente localizada no Brasil (nos Estados da Bahia, Sergipe e São Paulo) e no México (nos Estados do México, San Luís Potosí e Veracruz).
Arrendamento das unidades de fertilizantes nitrogenados da Petrobras em Camaçari/BA e Laranjeiras/SE.
Fertilizantes Tocantins e Heringer
Uma das maiores empresas do Brasil, a Fertilizantes Heringer, companhia que era, até então, controlada pela família Heringer, e que tem um longo histórico de investimentos e participações no setor agrícola brasileiro, anunciou a sua venda para uma das maiores produtoras de fertilizantes do mundo, a EuroChem.
O Grupo EuroChem (doravante ‘EuroChem’, ou ‘o Grupo’), líder global na produção de fertilizantes, informa, também, que concluiu a aquisição do projeto de fosfato Serra do Salitre, em Minas Gerais, no sudeste do Brasil.
Conglomerado “EuroChem Group”, comandado pelo bilionário Andrey Melnichenko, é dona da empresa Fertilizantes Tocantins. Entre as atividades da Eurochem no Brasil está uma das fábricas, localizada em Araguari. O empreendimento foi implementado em 2019. A fábrica tem capacidade de até 6 mil toneladas por dia. O investimento no projeto atingiu R$ 91 milhões, de acordo com a empresa
Empresa canadense quer dobrar projeto de potássio na Amazônia
Uma empresa canadense, a Brazil Potash, propôs dobrar a produção planejada de potássio de um depósito na Amazônia brasileira para reduzir a dependência do país das importações de fertilizantes afetadas agora pela guerra na Ucrânia.
Isso poderia cobrir quase metade da necessidade brasileira de potássio, um fertilizante essencial. No entanto, a empresa disse que levaria pelo menos três anos para entrar em operação assim que o licenciamento fosse obtido.
O proprietário do Brazil Potash, o banco de investimentos Forbes & Manhattan, cujo presidente do conselho Stan Bharti se reuniu com a ex-ministra brasileira, vem tentando desenvolver o depósito de Autazes há mais de cinco anos, mas o projeto foi interrompido por preocupações ambientais.
- Segundo dia da Semana Internacional do Café destaca práticas sustentáveis na cadeia cafeeira
- Boi gordo tem fôlego para novas altas e preços testam recorde de R$ 360/@; hora de vender?
- CNA projeta queda de 1,9% no valor bruto da agropecuária do Brasil em 2024
- Concurso 3 Corações Florada Premiada anuncia campeãs em celebração com a presença de Padre Fábio de Melo e da cantora Simone Mendes
- Como o Biochar está ajudando a NetZero a alcançar metas climáticas ambiciosas
Chineses estão comprando o Brasil
Diversos são os investimento chineses no Brasil, desde a parte industrial, quanto a parte de logística.
Empresa chinesa arremata terminal para granéis vegetais no Porto de Santos e investirá mais de R$ 760 milhões. Terminal será destinado à movimentação de granéis sólidos e vegetais, especialmente açúcar, grãos de soja, milho e farelo de soja.
Além das empresas acima, outras grandes multinacionais estão presente no setor do agronegócio brasileiro. Existe um lado positivo nessa questão, como o impulsionamento das atividades dessas indústrias com dinheiro privado garantindo o funcionamento.
Entretanto, tudo tem dois lados e, nesse caso, o lado negativo dessa história é que, apesar da demanda interna brasileira ser grande e as reservas de fertilizantes estarem no Brasil, o produto final pode ser exportado para outras nações se o cenário for mais positivo, já que a lei do livre comércio traz essa ressalva, assim como estamos vendo os altos volumes de grãos deixando o país e os preços subindo no mercado interno.