Indução de puberdade em novilhas, quais os cuidados?

O manejo das futuras matrizes é ponto essencial dentro das fazendas. As novilhas possuem a melhor genética e têm a missão de se tornarem as futuras produtoras de bezerros.

Não é novidade que estudos têm mostrado que as novilhas que emprenham mais cedo, são mais longevas, gerando maior quantidade de bezerros e retorno econômico durante sua vida produtiva.

No entanto, o planejamento sobre essas futuras matrizes não está bem definido na realidade de muitos pecuaristas, e diversos questionamentos surgem no momento de iniciar o manejo reprodutivo desta categoria.

Neste sentido, um dos fatores determinantes para o sucesso da pecuária de corte é o início da puberdade de novilhas dentro do sistema de produção animal, especialmente quando falamos de planejamento para estação de monta, e maior prenhez dentro de tal período restrito de cobertura.

Baseado em estudos, o Consultor Técnico em Reprodução da Alta Genetics, Adnan Rodrigues, dá dicas para o protocolo de indução de puberdade em novilhas:

1 – O protocolo de indução pode ser iniciado no dia 1 da estação de monta

A comparação entre as taxas de prenhez a IATF mostrou que quando respondem ao protocolo de indução, as novilhas pré-púberes apresentam desempenho reprodutivo semelhante as novilhas que já estavam cíclicas no início da estação reprodutiva, sendo assim, o pecuarista pode optar por manejar as novilhas no começo da estação, induzindo a maior quantidade de novilhas para aumentar a eficiência reprodutiva desta categoria.

Recomenda-se realizar o protocolo de indução, com duração de 10 ou 12 dias, utilizando dispositivo intravaginal de progesterona, preferencialmente aqueles previamente utilizado e 0,5 mg de Cipionato de estradiol na retirada do dispositivo.

2 – Efeito do peso corporal no início do protocolo de indução

Novilhas que apresentavam maior peso corporal no momento da indução de puberdade, apresentaram melhor desempenho reprodutivo em relação as novilhas com menor peso corporal.

Além disso, os animais devem alcançar o peso mínimo no início da estação de monta para se ter uma boa resposta. Recomenda-se que as novilhas tenham entre 60 a 65% do peso da fêmea adulta no início do protocolo.

3 – IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo)

Doze dias após o término do protocolo de indução é necessário iniciar o de IATF nas novilhas induzidas. Existem variações de recomendação de protocolos de IATF quanto ao fabricante, deste modo deve-se sempre seguir as orientações do mesmo e de seu técnico em reprodução.

Cuidados especiais com primíparas

As primíparas – denominação dada às novilhas após o primeiro parto, necessitam de uma maior atenção já que durante essa fase possuem uma série de atividades de alta demanda nutricional, como por exemplo, o parto, o puerpério e a lactação.

Além disso, como ainda não finalizaram sua curva de crescimento, requerem alguns cuidados especiais. 

Por estarem em fase de crescimento, elas necessitam de uma dieta adequada, sendo necessário viverem em pastos de qualidade com satisfatórias condições nutricionais.

“Após o parto é comum que a vaca perca peso, ou seja, que seu escore de condição corporal diminua. Vacas primíparas apresentam maior demanda nutricional e consequentemente maior perda de peso no pós-parto, quando em restrição alimentar. Por isso, recomenda-se inseminar essa categoria com menor número de dias pós-parto (DPP) possíveis e com maior ECC, obtendo melhor resposta ao protocolo de sincronização de ovulação e maior taxa de concepção a IATF no início da estação de monta”, explica o Consultor Técnico em Reprodução da Alta, Adnan Rodrigues.

Outro ponto importante é a formação dos lotes na maternidade. Recomenda-se que os grupos de manejo sejam compostos pela mesma categoria animal, e que os lotes sejam formados o mais rápido possível, acelerando a entrada dos animais na estação reprodutiva.

Por fim, é essencial atentar-se a condição corporal das matrizes ao longo de todo ano, definindo um planejamento anual e a estratégia nutricional para cada categoria, e garantindo que todas as matrizes estejam com ECC adequado no momento do parto e, posteriormente, na estação reprodutiva, o que é imprescindível para se obter bons resultados.

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