Cruzamento entre as raças InduBrasil e Holandês produz fêmeas com maior longevidade e rusticidade, características essenciais ao clima tropical brasileiro
A raça InduBrasil que no início do século passado ajudou no marketing das raças zebuínas, e fez com que a importação de animais da Índia crescessem tem papel importante na Pecuária brasileira.
Para quem procura a produção de leite, o cruzamento com o Holandês forma o Indolando, os animais obtém registro pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), e que também possui uma produtividade excelente, quando comparada a outros cruzamentos semelhantes, o indolando possui maior longevidade e rusticidade.
Mercado Indubrasil em alta
Cientes de todas essas virtudes, os criadores de indubrasil iniciaram nos últimos tempos um movimento grande na raça, incentivando a participação cada vez maior dos criadores no PMGZ da ABCZ, e com isso aferindo o controle de desenvolvimento ponderal e também nas fêmeas as lactações, experiência essa que tem nos deixados muito animados. são várias as matrizes ultrapassando os três e quatro mil quilos de leite em manejo absolutamente racional, inclusive com ordenha mecânica. Isso é muito para uma raça de dupla aptidão que vem aferindo esses dados oficialmente não há muito tempo.
Problemas da raça superados
Os problemas do passado como bainha e prepúcio muito pendulosos nos machos e o nascimento de bezerros extremamente moles, que fizeram o indubrasil perder mercado, já estão superados. Hoje, espalhados por todos os cantos do Brasil e do exterior, o que vemos são planteis com animais extremamente modernos e produtivos. Existem importantes planteis de Indubrasil localizados no Rio Grande do Sul, Ceará, Minas Gerais, Sergipe, São Paulo, Bahia. Trabalhando fortemente os animais com pressão de seleção focada em rusticidade, produtividade e longevidade.
Importância dos cruzamentos leiteiros
A lucratividade e a sustentabilidade dos sistemas de produção nos modelos estudados no Brasil estão ligadas a utilização de animais de genética própria para os trópicos e a baixa utilização de insumos. Cruzar bovinos leiteiros mais adaptados às regiões mais quentes com aqueles caracterizados pela elevada aptidão leiteira, preconizam a geração de animais capazes de produzir altos níveis de leite e serem mais tolerantes às elevadas temperaturas.
“Para qualquer sistema de produção e qualquer clima, uma excelente opção é a Indolanda (Indubrasil x Holandês). Em regime de pasto, produz 10 kg de leite em uma ordenha
Em duas ordenhas com suplementação, produz 20 kg de leite ou superior. Vaca Indolanda foi cruzada com touro Indubrasil do General, que produz bezerros excelentes” via Centro de Gado Leiteiro Tropical.
Falta de divulgação
Sobre o registro de animais da raça, em especial, o diretor da ABCI Djenal Tavares Queiroz Neto, comenta que animais de sangue indolando já existem há muito tempo, porém, infelizmente nunca existiu interesse em promover o registro deste tipo de gado. “Muita vaca campeã de produção Indolanda foi registrada no Brasil como Girolanda, ganhando até torneios! Um trabalho de promoção do Indubrasil está em andamento e como fruto principal temos o registro pela ABCZ do Indolando, que entendeu que trabalhar pelo Indubrasil significa defender o zebu e seus cruzamentos, porque afinal o Indubrasil é resultado do cruzamento de três grandes raças zebuínas”, explica.
Djenal considera válida a opção de um pecuarista que, quando deseja leite, busca raças européias. Porém, enfatiza, que elas não têm rusticidade e adaptação ao clima como as zebuínas. E aí é que entra a contribuição do Indubrasil. “O cruzamento de Indubrasil com Holandês, Jersey ou qualquer outro bovino de leite é extraordinário, em produtividade e desempenho econômico. Acredito que assim como o Gir ganhou respeito e importância na pecuária mundial, o Indubrasil tem suas vantagens e terá sempre um espaço importante no Brasil e no mundo. Como vantagens, podemos destacar a alta produção de leite e a longevidade das vacas, não precisando descartá-las tão cedo como fazem com outras raças”, afirma.