Indenizações de seguro rural pagas em 2021 somaram R$ 5,4 bilhões

O montante supera em 94% os R$ 3,667 bilhões indenizados a agricultores, em todas as modalidades de seguro rural em 2020

As indenizações de seguros rurais pagas em 2021 a agricultores por companhias habilitadas no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), do Ministério da Agricultura, somaram R$ 5,413 bilhões, crescimento de 115% em relação aos R$ 2,516 bilhões pagos de janeiro a dezembro de 2020. Os dados, divulgados em nota pela pasta, abrangem os diversos segmentos contemplados pelo PSR, como seguro agrícola, aquícola, de florestas e pecuária.

Já as indenizações totais realizadas por seguradoras no ano passado chegaram a R$ 7,115 bilhões, abrangendo não só os pagamentos contabilizados pelo Ministério da Agricultura como também os referentes a outras modalidades de seguros rurais não beneficiadas pelo PSR, como de penhor rural, vida e para equipamentos agrícolas, segundo a Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg).

O montante supera em 94% os R$ 3,667 bilhões indenizados a agricultores, em todas as modalidades de seguro rural (com e sem subsídio) em 2020. Somente em dezembro, as indenizações somaram R$ 1,343 bilhão, de acordo com a Fenseg, 355,6% acima dos R$ 295 milhões indenizados a agricultores em dezembro de 2020.

“Na safra de verão, no mês dezembro, os avisos de sinistros superaram os dos 11 meses anteriores. No início da safra 2021/22, a ocorrência de chuvas em excesso e de granizo no plantio levou a perdas; em dezembro, entre o Rio Grande do Sul e o sul de Mato Grosso do Sul, muitos produtores bateram às portas das seguradoras por causa do clima”, disse o presidente da Comissão de Seguro Rural da Fenseg, Joaquim Neto.

“O nível de avisos nas últimas duas semanas de dezembro foi maior que o acumulado de janeiro a novembro”, destacou.

Na nota do Ministério da Agricultura, o diretor do Departamento de Gestão de Risco da pasta, Pedro Loyola, explica que é necessário aguardar o transcorrer do ano-safra 2021/22 (que começou em julho e terminará em junho deste ano) e da vigência das apólices contratadas em 2021 para uma análise de sinistralidade das apólices que tiveram indenizações, bem como para ter o detalhamento de prêmios arrecadados pelo mercado do seguro rural, indenizações pagas por cultura, eventos e região dos sinistros.

Os dados serão compilados no segundo semestre de 2022, quando as companhias seguradoras entregarem todas as informações ao Ministério, que publicará um relatório de sinistros, de acordo com a nota.

A Agricultura informou que em 2021 as lavouras de milho segunda safra receberam o maior volume de indenizações, pois produtores do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo tiveram muito sinistro decorrente da estiagem, agravado por geadas. “Além da estiagem e geadas no milho 2ª safra, contribuíram para um aumento da sinistralidade nas lavouras brasileiras em 2021 as geadas ocorridas no café, principalmente em Minas Gerais e São Paulo”, acrescentou o Ministério.

Atualmente, 15 seguradoras estão habilitadas a operar no PSR, de acordo com a Agricultura. A subvenção econômica concedida pode ser pleiteada por qualquer pessoa física ou jurídica que cultive ou produza espécies contempladas pelo programa. A partir deste ano, o porcentual de subvenção ao prêmio passou a ser fixo em 40% para todas as culturas/atividades, exceto para a soja, cujo porcentual é de 20%.

Conforme a Fenseg, os prêmios (receita com apólices) de seguro rural de janeiro a dezembro do ano passado somaram R$ 9,635 bilhões, 40% a mais do que em 2020, quando totalizaram R$ 6,880 bilhões. Em dezembro, os prêmios de seguro rural atingiram R$ R$ 603 milhões, 62,1% acima dos R$ 372 milhões apurados em dezembro do ano anterior.

Fonte: Estadão Conteúdo

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