Levantamento divulgado nesta semana pela CNM, aponta que 15,4 milhões de pessoas já foram diretamente afetadas por incêndios florestais.
De junho a agosto de 2024, as perdas com incêndios causaram um prejuízo de R$ 14,7 bilhões em 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais no Brasil, segundo estimativa divulgada nesta quinta-feira, 26, pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Conforme o levantamento, os estados com mais perdas – considerando apenas as atividades da bovinocultura de corte e cana-de-açúcar – foram: São Paulo (R$ 2,8 bilhões), Mato Grosso (R$ 2,3 bilhões), Pará (R$ 2 bilhões) e Mato Grosso do Sul (R$ 1,4 bilhão).
Segundo a CNA, os maiores prejuízos foram com pecuária e pastagem (R$ 8,1 bilhões), cercas (R$ 2,8 bilhões), perdas com a produção de cana-de-açúcar (R$ 2,7 bilhões), e outras culturas temporárias e permanentes (R$ 1,068 bilhão).
Os valores estimados para as áreas incendiadas foram calculados utilizando as áreas queimadas de culturas agrícolas apontadas em levantamentos do Mapbiomas e em áreas de pastagem indicadas pelo Laboratório de Sensoriamento remoto e Geoprocessamento (Lapig/IESA/UFG), em sobreposição com as áreas queimadas indicadas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE).
A CNA também ressalta em nota técnica que “os produtores rurais são, com certeza, os maiores prejudicados com os incêndios florestais, já que na maioria dos casos a destruição dessa vegetação acontece em áreas de produção ou de conservação florestal, atingindo benfeitorias, maquinários, culturas e rebanhos.”
No documento, a Confederação ainda apresenta um panorama da legislação brasileira referente ao uso do fogo na vegetação, destacando as distinções entre queimadas controladas e incêndios criminosos, bem como as responsabilidades e penalidades associadas a cada prática.
Sobe para 15,4 milhões o número de pessoas diretamente afetadas pelas queimadas
Levantamento divulgado nesta semana pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), aponta que 15,4 milhões de pessoas já foram diretamente afetadas por incêndios florestais desde o início deste ano. Os prejuízos econômicos com as queimadas chegaram a R$ 1,3 bilhão. A informação foi adiantada pela Coluna do Estadão.
“O período entre agosto e setembro deste ano foi atípico e expressou valores fora do padrão até então relatados para estes meses. O cenário reforça a urgência de o Brasil adotar medidas concretas e que possibilitem a prevenção e o enfrentamento de desastres como esses que estamos agora vivenciando e que impacta gravemente a saúde de milhões de pessoas, o meio ambiente e o desenvolvimento do país“, destaca em nota o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Fundo Climático
Em comunicado à imprensa, a CNM destaca que atuou na coleta de assinaturas suficientes para tramitação no Congresso Nacional da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 31/2024, que institui o Conselho Nacional de Mudança Climática, a Autoridade Climática Nacional e o Fundo Nacional de Mudança Climática.
A proposta prevê a aplicação dos recursos do Fundo Nacional de Mudança Climática fora do Orçamento Geral da União.A PEC também institui o Conselho Nacional de Mudança Climática e a Autoridade Climática Nacional.
Consórcio nacional
A CNM também defende a criação de um Consórcio Nacional para Gestão Climática e Prevenção de Desastres. “Estudos mostram que os Municípios não estão preparados para enfrentar as questões climáticas. Mais de 94% dos Municípios enfrentam dificuldades nas questões climáticas, 43% das prefeituras não têm uma pessoa responsável pelo monitoramento dos eventos climáticos e 47% não têm sistema de alerta”, conclui a CNM.
Fonte: Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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