O grão precisa de escoamento e consumo, os produtores estão enfrentando margens negativas e os compradores estão adquirindo apenas conforme a necessidade imediata.
A importação de feijão neste momento é totalmente inviável, apontou o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira. Recentemente, o Governo Federal, ao comentar os efeitos dos temporais registrados no Rio Grande do Sul no agronegócio brasileiro, disse que o país pode precisar importar arroz e feijão para equilibrar a produção e conter o aumento dos preços.
Segundo Oliveira, o grão precisa de escoamento e consumo, pois os produtores estão enfrentando margens negativas e os compradores estão adquirindo o produto apenas conforme a necessidade imediata. Ele explicou que os negócios estão sendo fechados com cautela, os compradores sabem que os preços continuarão a cair, devido à expectativa de uma segunda safra robusta, com um aumento significativo na produção total.
“Um aumento nas importações agora só agravaria a situação dos produtores e desencorajaria a próxima safra. Os produtores seriam desmotivados a continuar com o cultivo do feijão, pois enfrentariam ainda mais prejuízos, o que os levaria a migrar para outras culturas mais rentáveis”, explica.
No Rio Grande do Sul, a produção de feijão preto se destaca. Na segunda safra, a área de cultivo no estado representa cerca de 5% da produção total desse tipo de grão. Neste período, a produção total é de aproximadamente 509,7 mil toneladas, sendo que o RS contribui com 29,7 mil toneladas, um volume consideravelmente menor em comparação com o Paraná, o principal produtor nesta fase.
Quanto aos danos, informações divulgadas pela Emater indicam que o feijão preto na região dos Campos de Cima da Serra sofreu severamente com o excesso de chuvas, resultando em perdas significativas na produtividade. Estima-se uma redução de 40% na produtividade em Frederico Westphalen, havendo a possibilidade de agravamento caso as previsões de mais chuvas se confirmem.
Em Ijuí, a incidência de antracnose, uma doença típica da cultura, aumentou, embora não tenham sido reportadas grandes perdas. Já em Santa Maria, a situação é mais grave, com aproximadamente 75% das lavouras de preto já colhidas e o restante comprometido devido às enchentes, resultando em perdas quase totais. Soledade também foi afetada por fortes chuvas, causando danos graves, porém ainda não quantificados.
Quanto aos números da produção no estado gaúcho, espera-se um aumento de quase 2% na área cultivada em comparação com a segunda safra da temporada anterior. A produtividade inicialmente projetada é de cerca de 1.500 quilos por hectare, um aumento de 10,3% em relação à temporada anterior, com uma produção estimada de 29,7 mil toneladas, um incremento de 12% em relação à segunda safra anterior.
Fonte: Agência Safras
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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