ILPF já somam mais de 11 milhões de hectares

Fatores culturais, falta de conhecimento técnico e de mercado limitam a ampliação do componente florestal nos sistemas. Confira!

Por Giovana Massetto

O Brasil tem aproximadamente 11,5 milhões de hectares com a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF),  de acordo com os levantamentos de 2016 da Embrapa. Os estados que se destacam nesta modalidade são: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. “A integração lavoura-pecuária prevalece, representando 83%; lavoura-pecuária-floresta são 9%; pecuária-floresta 7%; e lavoura-floresta 1%”, detalha o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Maurel Behling.

O grande desafio atualmente envolve a consolidação do “componente F” da siga, ou seja, a produção florestal. Behling afirma que os principais entraves para o crescimento dizem respeito a aspectos culturais.

Integração lavoura-pecuária-floresta já ocupa 11,5 milhões de hectares no Brasil;

“A silvicultura representa menos de 1% das áreas cultivadas no país e até pouco tempo as atividades do agricultor e pecuarista estavam ligadas ao corte das florestas para se obter áreas para o cultivo e criação, por isso, o investimento nelas é também uma quebra de paradigma”, diz o pesquisador.

A falta de mão de obra especializada, o mercado consumidor e o preço da madeira também interferem na ampliação das florestas na integração.

Mas por que plantar árvores?

Toda fazenda tem sua área de plantio ou de criação e, também, as Área de Preservação Permanente e Reserva Legal, estas não estão interligadas. “O componente floresta surge como uma ‘ponte’ entre o ambiente antropizado [alterado pela ação do homem] e a área de biodiversidade existente, tendo assim uma biodiversidade associada. Quando a floresta é inserida, há maior conservação do solo e da água, diminuição do escorrimento de água superficial, aumento da fertilidade do solo e bem-estar animal, entre outros fatores”, detalha Behling.

Qual a melhor espécie para ser plantada?

O investimento que será necessário para realizar a integração deve ser levado em consideração no momento da implantação. Envolve o preparo da área, controle da mato-competição, a operação de plantio, a condução da floresta, desbastes e posterior colheita da madeira e transporte. Além disso tudo, também há a escolha da espécie a ser cultivada.

“Para se tomar a decisão da implantação é necessário analisar o mercado, identificar o uso múltiplo da matéria-prima, selecionar o clone mais adequado e adquirir conhecimento dos tratos silviculturais necessários”, orienta o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril.

No que se refere ao uso futuro da madeira, é necessário avaliar se será destinada para serraria, produção de energia ou para ambos. Nesses casos, é essencial considerar se há mão de obra suficiente, os custos para implantação e qual o tamanho do mercado existente para assim se definir o volume de madeira que será produzido.

O produtor também deve se atentar ao ciclo produtivo das florestas. Diferentemente de outros tipos de plantio, as florestas têm ciclo longo. “O eucalipto demora de 5 a 6 anos para produzir madeira para biomassa. O pinus e a teca, no mínimo 15 anos para serem colhidas. Por isso, pode-se dizer que as florestas são poupanças verdes ou ativos florestais”, destaca Maurel Behling.

Além disso, a implantação das florestas, por meio de protocolos específicos, possibilita o processo de certificações como a da Carne Carbono Neutro (CCN), garantindo que os bovinos que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico compensadas durante o processo de produção pelo crescimento de árvores no sistema.

Para ter mais informações técnicas sobre a implantação da ILPF clique aqui e acesse o material produzido pela Embrapa Agrossilvipastoril.

Fonte: Floresa SA

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