Ibama restringe uso do defensivo Tiametoxam para proteger abelhas

Agricultores do Brasil estão proibidos de usar o químico em pulverizações, mas podem utilizá-lo direto no solo ou no tratamento de sementes. 

O Ibama decidiu restringir o uso do defensivo agrícola Tiametoxam para proteger insetos polinizadores, principalmente as abelhas. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (23), no Diário Oficial da União.

Com a medida, os agricultores ficam proibidos de usar o químico por meio de pulverizações, como na imagem abaixo.

Imagem de uma aplicação de defensivo por meio de uma pulverização. — Foto: Divulgação

Por outro lado, a aplicação direta no solo e em tratamento de semente está permitida.

No dia 2 de janeiro, o Ibama também proibiu outro defensivo para proteger as abelhas, o Fipronil, também conhecido por seus efeitos nocivos a estes insetos. Ele ficou conhecido, inclusive, como o “matador de abelhas”.

O que é o Tiametoxam e o que causa nas abelhas? É um inseticida à base de nicotina que atinge as células do sistema nervoso central dos insetos, deixando-os desorientados e levando-os à morte.

Na UE e nos EUA…

Em maio de 2022, a União Europeia retirou o Tiametoxam da sua lista de substâncias aprovadas para uso agrícola, tornando, assim, seu uso proibido nos países europeus.

Já nos EUA, o registro do defensivo agrícola está sendo revisado.

Abelhas na produção de alimentos

As abelhas são fundamentais para a produção de alimentos, sendo que mais de 70% da polinização das espécies dessas plantas é feita por elas. É o caso, por exemplo, da maçã, do maracujá e do café.

Com o uso de abelhas nas lavouras, a produtividade e a qualidade dos cultivos aumentam.

Prazos para adequação

Segundo o Ibama, os produtos com Tiametoxam adquiridos até a data de publicação do comunicado poderão ser utilizados até o seu fim, conforme as especificações do rótulo e da bula que estavam definidas no momento que o produtor comprou o produto.

O Ibama também estabelece que, em um prazo de 180 dias, os fabricantes com Tiametoxam se adequem às novas normas no rótulo e na bula, deixando claro os riscos do material para insetos polinizadores.

A embalagem deve informar que “o produto é tóxico às abelhas” e que “a aplicação aérea não é permitida”.

Além disso, precisa especificar ainda que a “pulverização foliar não dirigida ao solo ou às plantas, ou seja, aplicações em área total, não é permitida”.

O agricultor também não vai poder aplicar o Tiametoxam em época de floração, nem imediatamente antes do florescimento ou quando for observada visitação de abelhas na cultura.

Fonte: G1

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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