Técnica tem muitas vantagens, mas representa um custo maior na propriedade. A IATF permitiu a pecuária um grande avanço em produtividade e lucratividade.
A inseminação artificial está cada vez mais presente na rotina da pecuária nacional. Em Tabapuã (SP), visitamos uma fazenda onde 80% do gado nasceram via inseminação artificial.
Paulo Camargo, gerente de pecuária da propriedade, fala que com a técnica é possível aproveitar o material genético dos melhores touros.
Enquanto um macho consegue cobrir no máximo 50 vacas por ano, com a inseminação há potencial para cobrir até 10 mil animais, dependendo da quantidade de sêmen. Ele explica que, assim, dá para acelerar o ganho genético e o intervalo entre as gerações.
A técnica usada até o começo dessa década era a inseminação por meio de observação do cio. Há oito anos, a inseminação artificial em tempo fixo, conhecida pela sigla IATF, passou a ganhar relevância.
A IATF surgiu nos Estados Unidos há cerca de 25 anos, mas começou a ser usada efetivamente no Brasil depois dos anos 2000.
O veterinário Rodrigo Forero, doutor em reprodução animal pela USP, explica que a técnica permite controlar e definir o horário de ovulação e inseminação, o que facilita o manejo e elimina a necessidade de observar o cio.
Ele ainda acrescenta que o método traz outras vantagens: permite realizar diferentes cruzamentos, escolher a data do parto e organizar o manejo. Além disso, diminui o risco de erro na observação do cio.
Rodrigo afirma que, com a IATF, consegue inseminar 100% dos animais que estariam em período fértil. Assim, o intervalo entre os partos diminui. O veterinário comenta que consegue ter vacas parindo todo o mês, o que mantêm a produção constante ao longo do ano.
A IAF tem um custo entre R$15,00 e R$24,00 por animal implantado, fora o sêmen. Rodrigo diz que o produtor precisa avaliar se esse custo compensa.
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O uso da IATF na inseminação de gado cresceu 16,1% em 2018 em relação a 2017. Os dados são da Associação Brasileira de Inseminação Artificial. Há 2 anos, foram comercializados 11 milhões de protocolos no país. Ano passado, foram 13 milhões. 86% dos procedimentos foram por IATF.
Em Potirendaba (SP), um sítio utiliza o método há 6 anos no gado de leite. Desde então, o rebanho aumento 30%. Toda a vida da vaca é controlada por um quadro que indica a data que ela foi inseminada, o dia da cria, lactação e a próxima data em que ela será fertilizada.
Fonte: G1