Sistema está sendo divulgado para agricultores familiares da região; São as hortas circulares agroecológicas, com capacidade de aumentar a renda das famílias!
Hortas em formato pouco convencional, com uso racional de água e integradas a um galinheiro. Nos últimos meses, elas estão chamando a atenção em algumas propriedades de agricultores familiares no Norte de Minas.
São as hortas circulares agroecológicas, que fazem parte de um projeto envolvendo a Emater-MG e a Embrapa Milho e Sorgo. O objetivo é garantir a segurança alimentar das famílias, com uma produção sustentável, adaptada às condições da região.
Foram implantadas doze unidades modelos em propriedades de famílias incluídas no programa Brasil Sem Miséria. O programa do governo federal, operacionalizado pela Emater-MG, é destinado a agricultores familiares em situação de extrema pobreza, com renda per capita de até R$ 85 por mês, e que estejam incluídos no Cadastro Único para Programa Sociais (CadÚnico), um sistema que contém informações sobre as famílias brasileiras de baixa renda agrupadas em um só lugar.
As hortas circulares contam basicamente com um galinheiro na área central, três canteiros circulares cobertos com lona e sistemas de irrigação por gotejamento e microaspersão.
O sistema é todo cercado com tela para evitar a entrada de animais. “O formato circular, em espiral, permite melhor aproveitamento da luz, da água na irrigação e dos espaços da terra, além de possibilitar uma produção mais concentrada”, explica o coordenador técnico da regional da Emater-MG em Janaúba, Ildeu de Souza.
Os canteiros para produção de hortaliças são geralmente cobertos com lona, num sistema semelhante ao usado na produção de morangos. A cobertura ajuda a otimizar o gasto água e a reduzir o uso da mão-de-obra para o controle de plantas daninhas. “A água é fornecida nos canteiros através dos tubos gotejadores. A economia de água na região semiárida é fundamental”, comenta o coordenador da Emater-MG.
Segundo Ildeu Silva, a fertilização dos canteiros cobertos e com gotejadores é feita com a sucção de uma caixa de fertilizantes. Uma outra caixa d’água é usada pra higienização das hortaliças após a colheita.
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“Já a produção das mudas é feita em bandejas de isopor dentro de um pequeno espaço fechado e com sombrite. Este espaço pode ficar dentro ou fora do círculo de canteiros, mas sempre próximo deles”, explica.
Já o galinheiro que fica no centro da horta circular é coberto e telado, com 2,5 metros de raio, e uma capacidade para manter dez galinhas e um galo. Além do comedouro, bebedouro, poleiro e ninho, existe um acesso para que as aves saiam para a parte externa do sistema. Os resíduos da produção de hortaliças são disponibilizados para a alimentação dos animais. Já as fezes das aves, serve de adubo para a produção de hortaliças.
A plantação é escalonada, ou seja, o plantio é feito aos poucos, assim a colheita é gradual, para não faltar nem sobrar alimentos.
“A ideia é que todo o sistema seja conduzido de forma mais limpa e saudável possível. As famílias dos produtores estão sendo capacitadas em práticas agroecológicas. A produção excedente do consumo da família pode ser comercializada nas feiras livres, mercados locais, pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, afirma Ildeu Souza.
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De acordo com o coordenador, a divulgação das hortas circulares agroecológicas é realizada durante capacitações técnicas nas comunidades onde elas estão implantadas. Cerca de 20 a 30 famílias têm participado de cada capacitação.
“A maioria dos agricultores familiares avalia o projeto como muito bom, pois uma pequena área cultivada com irrigação econômica propicia a produção alimentos frescos e variados, suficientes para o consumo da família e geração de renda, com a venda de excedentes”, diz.
Fonte: Rural Soft