Henrique e Juliano lutam para receber por gado vendido em leilão

Uma das duplas sertanejas mais queridas do país, Henrique e Juliano, promovem leilões de gado Nelore elite todo ano; conflito está relacionado a uma dívida milionária, superior a R$ 1,6 milhão

Uma das duplas sertanejas mais queridas do país, Henrique e Juliano são donos da Fazenda Terra Prometida. A propriedade fica localizada na cidade de Porto Nacional (TO), possui ao todo 1.306 hectares de terra e abriga a família dos artistas. A infraestrutura de luxo do espaço é de deixar a qualquer um de queixo caído.

Apaixonados pela pecuária, Henrique e Juliano têm na criação de gado Nelore, uma das mais valiosas do mercado, com infraestruturas milionárias e investimentos da melhor qualidade. Os cantores investem apenas em animais Puro de Origem (P.O), aqueles que possuem registros, principalmente em linhagens de pista. Sua genealogia é conhecida e está dentro dos padrões raciais exigidos pela associação de criadores.

Matriz Nelore - Fazenda Terra Prometida - Foto- Randes Filho
Foto: Randes Filho

No final de maio eles realizaram na fazenda a terceiro edição do Leilão Fazenda Terra Prometida. O evento, transmitido pelo Canal Rural, atingiu um novo patamar no agronegócio ao faturar R$ 71,8 milhões, aumento de 26% em relação ao ano passado. O leilão, que contou com a parceria da Nelore Paranã, ofertou prenhezes, aspirações e animais de alta qualidade genética da raça Nelore.

Mas nem tudo são flores, a dupla está atualmente envolvida em uma disputa legal com o empresário Marcos Araújo, presidente da AudioMix, escritório de gerenciamento artístico, e dono do evento VillaMix.

O conflito está relacionado a uma dívida milionária, superior a R$ 1,6 milhão, devido à compra de gado Nelore no leilão organizado pela dupla em 2022. Este caso promete ser um dos mais intrigantes a ser discutido nos tribunais, as informações são da jornalista Fabia Oliveira, do jornal Metrópoles.

O leilão ocorreu na fazenda e contou com a presença de diversos convidados, incluindo a Nelore Mix, empresa associada a Marcos Araújo. O objetivo do evento era a comercialização de animais da raça Nelore, onde o empresário arrematou vários lotes, mas segundo os cantores, não efetivou os pagamentos acordados.

Durante o leilão o empresário arrematou 50% de uma matriz Nelore PO no valor de R$ 363 mil e dois lotes de novilhas, que totalizaram R$ 1,545 milhão. Além disso, a Nelore Mix, empresa de Marcos Araújo, vendeu três animais no evento, o que gerou uma comissão de mais de R$ 32 mil que deveria ter sido repassada à organizadora do evento.

De acordo com o processo, porém, Marcos Araújo – Nelore Mix – deixou de realizar os pagamentos referentes aos arremates no mês seguinte ao leilão, em junho de 2022. O texto detalha que, referente à Vaca nelore, o empresário está inadimplente desde a 18ª parcela, vencida em 5 de julho de 2022, leilões de gado elite são normalmente parcelados em trinta ou até quarenta parcelas.

Já sobre os lotes de novilhas, foram pagos apenas as entradas. Além disso, nem um centavo correspondente às comissões de venda foram repassadas. Tais alegações intensificaram a decisão dos cantores de buscar a solução judicial para o problema.

A defesa de Henrique e Juliano destaca tentativas de resolução amigável, buscando evitar a via judicial, mas sem sucesso. A proposta inicial de pagamento parcial da dívida não foi cumprida. Comunicações de Marcos Araújo prometendo regularizar os pagamentos foram anexadas ao processo, sem desfecho positivo.

No âmbito legal, Henrique e Juliano exigem que os compromissos sejam respeitados, enquanto Marcos Araújo enfrenta críticas e a necessidade de lidar legalmente com as acusações de inadimplência.

Dívidas com bancos

Marcos Araújo e a Áudio Mix estão enfrentando uma ação judicial movida por um banco que busca a recuperação de um valor significativo. Ainda segundo o Metrópoles, a instituição financeira está cobrando mais de R$ 5 milhões do empresário. A ação judicial foi iniciada devido ao não pagamento de um empréstimo que a empresa contraiu.

Em dezembro de 2021, a Áudio Mix emitiu uma Cédula de Crédito Bancário (CCB) no valor de R$ 4.755.000,00 em favor do banco. Para garantir o pagamento, foram incluídas garantias financeiras adicionais com a Agropecuária Santa Felicidade Ltda. e Marcos Araújo como “devedores solidários”. No entanto, a empresa não cumpriu com as obrigações estabelecidas.

O episódio também lança um olhar crítico sobre a reputação e as práticas comerciais do empresário, especialmente em transações de grande visibilidade financeira. O resultado deste caso pode influenciar futuras relações entre empresários e eventos de leilões no país.

Este incidente destaca os desafios na indústria de leilões de gado no Brasil, onde confiança e estabilidade financeira são essenciais. O não pagamento em transações significativas pode resultar em litígios que afetam o mercado como um todo.

O caso de Henrique e Juliano enfatiza a importância de acordos devidamente estruturados e a necessidade de sistemas jurídicos eficazes para solucionar disputas comerciais. Com novos detalhes emergindo, o setor observa atentamente o impacto potencial deste caso nas práticas futuras de leilão.

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