A riqueza da raça Nelore no país passa por GIM DE GARÇA, um dos maiores raçadores que esse país conheceu; o animal já era destaque logo após seu nascimento
Hoje é uma data especial para a Pecuária Brasileira, mas especialmente para a raça Nelore, há exatos 45 anos em 06/12/1976, nascia o genearca GIM DE GARÇA. A data foi lembrada por um dos maiores conhecedores de Nelore do país, o Engenheiro Agrônomo e Jurado de Raças Zebuínas, Carlos Marino. “Não podemos deixar de lembrar deste reprodutor de contribuição sem comparativo no Nelore desde o nascimento de seus primeiros filhos até hoje.”
GIM é um marco para o Nelore brasileiro e originou uma nova linhagem, marcada pela precocidade para peso e sexualidade.
A história do GIM DE GARÇA é extensa, pois já chamou atenção como bezerro. Segundo Marino o bezerro, que um dia se tornaria um touro premiado, já nasceu lindo. “Logo que o bezerro nasceu, um dos funcionários do seu Jaime pediu a presença do criador para ver a beleza do animal. Seu desenvolvimento se deu muito rápido, era um dos mais pesados da sua geração, sua genética mudou o patamar da raça no país, muito desempenho aliado à uma beleza racial singular.” comentou Marino.
O primeira vez que os criadores foram impactados pelo GIM foi pela sua precocidade. “Com apenas dois anos já estava cobrindo vacas a campo e produzindo sêmen. Com três anos ele já tinha filhas nascidas, me recordo que isso foi em 1979. Na época ele era um fenômeno de precocidade. Sempre foi muito fértil, ele produziu sêmen até os dezoito anos e morreu com quase vinte anos.” – nos contou Marino.
Nos anos 70, a paixão e a visão para os negócios de Jaime Miranda passou a se dividir entre a cafeicultura e a pecuária de elite, quando então iniciou as atividades da Estância JM e a formação de um plantel de animais que ajudaram a mudar a genética do gado Nelore no Brasil, nasceram então os reprodutores GIM DE GARÇA e LUDY DE GARÇA, dois dos mais importantes genearcas da raça. Com animais premiadíssimos nas melhores exposições, e muito valorizados em leilões pelos 4 cantos do país, a marca JM tornou-se referência na pecuária seletiva nacional.
O touro sempre mereceu grande destaque ao longo das últimas décadas. GIM também foi o primeiro touro a ultrapassar o número de 200 mil dozes de sêmen comercializados no mercado nacional de genética. Seu legado é impressionante pela qualidade de produção que deixou na pecuária brasileira. Produziu centenas de matrizes que vieram a ser mães de touros de central, produziu muitos touros de central, além de produzir outro genearca, LUDY DE GARÇA que também alcançou o patamar de seu pai. Entre os descendentes em destaque, uma das estrelas é um bisneto, o touro Enlevo da Morungaba.
Foi um touro que impactou fortemente em peso, precocidade, fertilidade, longevidade e produziu touros que deram continuidade a essa genética. Hoje se olharmos para os animais de destaque em centrais de inseminação, e matrizes quase 100% dos animais em o GIM DE GARÇA no pedigree.
“Se o Gim tivesse alcançado a TE e FIV como nos dias atuais teria facilmente 1 milhão de filhos nascidos e não 1 milhão de doses vendidas. Conseguiu um marco histórico por sua qualidade e homogeneidade na produção. Sem artificialismos e sem marketing pesado de pacotes de doses por pedido. Quem ouve falar de Nelore dificilmente não ouviu falar do Gim de Garça. Dos filhos famosos ainda citaria Punhal de Garça e Erechim da Praia (uma das cabeças mais perfeitas da raça). E das filhas impossível não citar a Musa a matriarca da Sete Estrelas Embriões e a Ópera da S Cruz matriarca da Agropecuária J Galera. A verdade é que são incontáveis os filhos e filhas de destaque que ele ainda produz” – exaltou o Médico Veterinário Fernando Tannus da Simplesgen Reprodução Animal.
Na foto, temos alguns de seus descendentes
- LUDY DE GARÇA
- Reservado Grande Campeão Expoinel 1984 e igualmente genearca da Raça Nelore
- PAVUNA DE GARÇA
- Grande Campeã Nacional Expozebu e Expoinel 1988, sendo a primeira das 3 filhas diretas do GIM que se tornaram grandes campeãs nacionais
- RIGONI DA MORUNGABA
- Recordista de preço no Noite do Nelore Nacional 1991 e touro da bateria da Lagoa – pai do Vhady de Garça
- TAJU e TAXO DE GARÇA – quando garrotes, com dois anos de idade, ambos filhos de LUDY
- TAJU – Reservado Campeão Sênior Expozebu 1991
- TAXO – Campeão Júnior Expozebu 1989
“Essas fotos traduzem uma porcentagem quase ínfima da contribuição do GIM, mas simbolizam o que ele foi: Pai de touros, Pai de matrizes, Pai de recordistas, Pai de campeões, Avô de destaques: ou seja GENEARCA DA RAÇA” – finalizou Marino.
Gim de Garça comercializou 250.000 doses de sêmen, produziu mais de 100 mil filhos por meio de inseminação artificial e morreu em 1996. O Brasil agradece ao seu Jaime Miranda por ter nos presenteado com animais que fizeram nossa pecuária avançar nas últimas décadas.