Guzerá: raça zebuína milenar famosa por sua beleza e rusticidade
Cabeça expressiva, mediana, triangular, chanfro comprido, estreito, fronte quase plana e os longos chifres, que saem da horizontal para fora e para cima, em forma de lira, incidindo para dentro e para trás, fazem da raça Guzerá, um dos mais belos e imponentes bovinos que a natureza já produziu.
Também conhecido como Kankrej, o Guzerá tem origem no estado de Gujarat, na Costa Oriental da Índia. É um gado de grande porte, tronco comprido, corpo musculoso, pelagem que varia do cinza ao preto, rústico, versátil e excelente para produção de carne e leite nos trópicos.
Literalmente, o Guzerá foi “selecionado naturalmente”, ou seja, apenas os animais mais resistentes às restrições de alimento, água e calor, sobreviveram ao longo dos séculos.
O Guzerá foi o primeiro grande zebuíno a chegar ao país e foi a grande referência da primeira etapa da presença do gado Zebu no Brasil, entre as décadas de 1870 e 1920.
Com a abolição da escravatura em 1888, o Guzerá se tornou uma grande alternativa em relação à mão de obra escrava no mercado de café brasileiro, nas regiões montanhosas dos cafezais fluminenses.
Mas seu reinado seria mesmo no estado de Minas Gerais, que protagonizou as importações da Índia e a comercialização de animais da raça.
Dupla aptidão do Guzerá
Uma das principais características da raça Guzerá é a dupla aptidão: a versatilidade de poder produzir, com volume e qualidade, tanto carne quanto leite.
Algumas linhagens do Guzerá voltadas para a produção leiteira chegam a produzir vacas que, na fase adulta, conseguem alcançar uma produção de até 5.000 kg de leite por lactação.
Para a produção de carne o destaque, além da rusticidade e resistência ao clima tropical do Brasil central, fica por conta da conversão alimentar e ganho de peso com baixo investimento em alimentação.
Cruzamentos
O desempenho do Guzerá nos cruzamentos entre raças, com a finalidade de produção de carne e leite, também chama a atenção dos criadores.
Na produção de proteína vermelha, o Guzonel (Guzerá + Nelore) chega a desmamar bezerros extremamente precoces e pesados, com mais de 50% do peso desejado para o abate.
Para a produção de leite, o Guzolando (Guzerá + Holandez) consegue maior longevidade produtiva, fruto da capacidade de adaptação e rusticidade do Guzerá. As vacas chegam a ultrapassar os 15 anos de idade produzindo um bom leite, com baixa quantidade de células somáticas.
Fonte: Giro do Boi
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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