Segundo as informações divulgadas, a Yara, uma das maiores produtoras de fertilizantes do mundo reduz a sua produção de amônia e ureia, em 55% da sua capacidade!
O comunicado foi feito pela companhia nesta quarta-feira (9), trazendo um abalo ao sistema de comércio e logística dos insumos no mundo. A norueguesa Yara International, uma das maiores empresas de fertilizantes do mundo, anunciou que vai reduzir a produção de amônia e ureia. Desde que a Guerra começou, que o setor de fertilizantes e grãos é um dos mais comentados e críticos, já que a região é de grande importância nesse mercado.
Lembramos ainda que, durante os últimos dias um míssil atingiu o prédio do escritório da Yara na Ucrânia, em Kiev. O presidente e CEO da Yara International, Svein Tore Holsether, chegou a escrever um artigo, publicado no site da empresa, onde ele traz informações sobre o acidente e, também, sobre o posicionamento da empresa em relação a Guerra na Ucrânia.
Em consequência dos preços recordes do gás natural na Europa, a empresa suspendeu temporariamente a produção das fábricas de Ferrara, na Itália; e Le Havre, na França.
Veja o comunicado oficial, traduzido pela Equipe do Compre Rural
Oslo, 9 de março de 20 2 2 : Como consequência dos preços recordes do gás natural na Europa, a Yara está temporariamente reduzindo a produção em suas fábricas de Ferrara (Itália) e Le Havre (França). As duas plantas têm uma capacidade anual combinada de 1 milhão de toneladas de amônia e 0,9 milhão de toneladas de ureia. Incluindo otimização e manutenção em outras instalações de produção, a produção europeia de amônia e ureia da Yara deverá operar com aproximadamente 45% da capacidade até o final desta semana.
A Yara continuará monitorando a situação e, na medida do possível, usará seu sistema de produção global para continuar fornecendo aos clientes e garantir a continuidade das cadeias de fornecimento de alimentos, mas reduzindo a produção quando necessário devido às condições desafiadoras do mercado.
Segundo a empresa, a situação será monitorada e, na medida do possível, usará seu sistema de produção global para continuar fornecendo aos clientes e garantir a continuidade das cadeias de fornecimento de alimentos, mas reduzindo a produção quando necessário devido às condições desafiadoras do mercado.
Impacto direto da guerra nas instalações da empresa em Kiev
“Estamos extremamente preocupados com a grave situação na Ucrânia e apoiamos totalmente a condenação do governo norueguês à invasão militar russa. A Yara foi diretamente atingida pelo conflito tanto por ter funcionários na zona de guerra na Ucrânia quanto por um míssil que atingiu o prédio de escritórios da Yara em Kiev. Felizmente, nenhum de nossos funcionários foi ferido fisicamente. Ao mesmo tempo, estamos adquirindo uma quantidade considerável de matérias-primas essenciais da Rússia, usadas para a produção de alimentos em todo o mundo”, escreveu.
Preocupação
No documento, o CEO diz que a Yara é uma fornecedora de soluções para o setor agrícola na Ucrânia e uma grande compradora de matérias-primas da Rússia.
Crise
A crise energética na Europa está se revelando difícil para a indústria de fertilizantes, que utiliza volumes elevados de gás natural para produzir hidrogênio a fim de fabricar amônia para fertilizantes.
No início desta semana, a fabricante norte-americana de fertilizantes agrícolas CF Industries Holdings Inc. interrompeu as operações em suas instalações no Reino Unido, sem informar quando a produção será retomada.
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Crise no Brasil
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, viaja no fim de semana para Ottawa, no Canadá, onde terá reuniões com autoridade homóloga e com exportadores de fertilizantes. A viagem da ministra vai ocorrer no período de 12 a 15 de março, como informa o Diário Oficial da União (DOU). A guerra na Ucrânia expôs a dependência brasileira por adubos importados.
Dos 40,6 milhões de toneladas de fertilizantes consumidos pela agricultura nacional, 81% vêm de fora, especialmente da Rússia.