A gigante da agricultura, a AMaggi, “comprou” um mundaréu de terras dos herdeiros do Rei da Pecuária, Garon Maia, homem que abriu mais de 50 fazendas no Brasil. Veja!
Segundo as primeiras informações, obtidas pela nossa equipe junto a fontes próximas, ainda em abril deste ano, é que o Grupo AMaggi, que atua na produção agrícola de soja, milho e algodão em grande escala e investimos no desenvolvimento da Agricultura de Precisão (AP), estava negociando um grande volume de terras, terras essas formadas pelo Garon Maia, a lenda e Rei da Pecuária em Rondônia. Além desse ramo, o Grupo tem outras atuações no mercado.
Antes de mais nada, é preciso pontuar quem foi o grande Garon Maia. O mineiro nascido em Passos, Maia foi um dos pioneiros da pecuária brasileira. Ao todo, o produtor, falecido em junho de 2019, foi responsável pela abertura de mais de 50 fazendas ao longo de sua vida. Agora, parte de suas terras foram vendidas a um dos maiores grupos do agro brasileiro, pertencendo a família do ex-ministro da agricultura Blario Maggi.
Uma das grandes fazendas de Garon, a Fazenda Livramento foi “vendida” para o grupo, assim como parte da Fazenda Iviporã – que faz cerca com a outra propriedade vendida -, em Cerejeiras, município do Vale do Guaporé rondoniense, que foi a morada do Rei da Pecuária até o fim de sua vida.
Ainda segundo as informações obtidas por fontes próximas, que preferiram se manter em sigilo devido o valor e andamento da negociação, quem esteve presente no local foi o Neto de André e sobrinho de Blairo, o Leonardo Maggi Ribeiro, que faz parte do conselho do Grupo AMaggi. Segundo informações ele ficou encantado com a propriedade. O que realmente faz jus ao capricho de Garon e da grande fertilidade encontrada nas terras de Rondônia.
Ao todo, foram negociados cerca de 31.000 hectares. Sendo assim, levando em conta o preços da terra na região, além da qualidade e benfeitorias que existem nas áreas, o valor seria de R$ 1,6 bilhão de reais, aproximadamente. Esse valor leva em conta o preço da terra de R$ 50.000,00 por hectare.
Algumas pessoas da região ainda chegam a brincar que “para calcular o valor da negociação tem que virar a tela do celular para caber o tanto de zero”. Pois bem, as informações da concretização da negociação ainda não foi oficializada, mas segundo as fontes as escrituras já estão em andamento.
Aprovação para a negociação
A Superintendência do Conselho Administrativo da Defesa Econômica (Cade) deu aval para o acordo entre o grupo Amaggi e a família Maia, para a criação de uma nova empresa, a Tropical Farms S.A. O acordo permite que essa empresa atue em 31 mil hectares do estado de Rondônia.
De acordo com a Amaggi, a empresa adquiriu 25% do capital da sociedade e deve desenvolver as atividades em um prazo de 15 anos. A Agropecuária Maggi terá direito de uso e exploração de terras cultiváveis para a produção de grãos de soja, milho e algodão.
Ao analisar os impactos dessa operação sobre a competitividade, a superintendência do Cade concluiu que serão pequenos. A Amaggi ainda informou que a conclusão da transação depende de algumas condições a serem atendidas pelas duas partes.
Dessa forma, o Grupo AMaggi, irá somar a nova área aos seus já pertencentes 258 mil hectares, totalizando uma área de 290.000 hectares. Lembrando que o o grupo ainda fica em terceiro lugar quando o quesito é área utilizada no agro. As empresas, SLC Agrícola e o Grupo Bom Futuro, estão em primeiro e segundo lugar, respectivamente.
Leonardo Maggi Ribeiro faz parte de uma dinastia do agronegócio brasileiro. Entre os integrantes da terceira geração da família, ele virou sinônimo de produção de soja no Mato Grosso nas últimas quatro décadas e é o único com assento no Conselho de Administração do Grupo AMaggi, que engloba os diversos braços de negócios do clã – nenhum deles tem função executiva nas companhias, conforme determina o estatuto do grupo.
Mas Leo, como é chamado, tem um papel relevante para o futuro das empresas. “Sou o chefe da provocação”, resume, com humor, a função de head de Inovação que lhe foi conferida pelo comando da companhia.
Para se ter ideia da magnitude do grupo, na safra 2020, eles foram responsáveis por mais de 1 milhão de toneladas de grãos e fibras produzidos em aproximadamente 258 mil hectares.
Atuações do Grupo Amaggi
- A AMAGGI AGRO concebemos a produção agrícola de soja, milho e algodão com uso de tecnologia que visa à obtenção de sementes de alta qualidade e evolução da Agricultura de Precisão.
- A qualidade das sementes reflete na otimização da área produtiva, o que nos permite produzir mais sem abrir novas áreas de plantio. Para aprimorar o escoamento de grãos em escalas nacional e internacional, foi construída a AMAGGI LOGÍSTICA E OPERAÇÕES.
- Com operações portuárias, fluviais, rodoviárias e ferroviárias, além da administração das fábricas de esmagamento de soja e a fábrica misturadora de fertilizantes, a área é um dos principais pilares dos negócios da empresa no presente.
- Na AMAGGI COMMODITIES temos a compra, venda e o beneficiamento de grãos de soja e milho, além da importação e comercialização de insumos agrícolas.
- Já a AMAGGI ENERGIA detém cinco Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) integradas ao Sistema Interligado Nacional, com potência instalada de aproximadamente 70 MW.
- E as atividades das áreas de negócio não se restringem apenas ao Brasil. Desde a abertura do primeiro escritório comercial na Holanda, em 2008, levamos as operações internacionais também à Argentina, ao Paraguai, à Suíça, Noruega e China
Vídeo Institucional sobre o Grupo Amaggi
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Outro mega compra realizada pelo Grupo Amaggi
Foi em 2018 que a Amaggi, comprou por 2,2 bilhões de reais a fazenda Itamarati Norte, que pertencia ao empresário Olacyr de Moraes, o “Rei da Soja”, que morreu em 2015 aos 84 anos de idade.
Com 105.000 hectares, a propriedade se tornou um símbolo do desenvolvimento de Mato Grosso e do potencial agrícola do Centro-Oeste. Do total, 55 .000 hectares são destinados à agricultura e o restante é dividido entre pecuária e reserva ambiental. A área total da propriedade equivale a 147.000 campos de futebol iguais ao do estádio paulistano do Pacaembu e a dois terços do tamanho da cidade de São Paulo, que tem 152.000 hectares.