Grupo com quase 6.000 hectares e dívida de R$ 244 milhões divulga lista de credores

Com uma dívida de R$ 244 milhões, grupo que opera em cerca de 6.000 hectares destinados ao cultivo de soja, milho e algodão, busca reorganizar suas operações e saldar compromissos com credores.

Uma das principais empresas do agronegócio no Mato Grosso, está enfrentando uma grave crise financeira que levou ao pedido de recuperação judicial. Com uma dívida de R$ 244 milhões, o grupo, que opera em cerca de 6.000 hectares destinados ao cultivo de soja, milho e algodão, busca reorganizar suas operações e saldar compromissos com credores.

O grupo, atuante no cultivo de soja, milho e algodão em MT, entrou em recuperação judicial devido a uma crise financeira que acumula dívidas de R$ 244 milhões. O grupo, que possui propriedades próprias e terras arrendadas, enfrenta um cenário de desafios a quase meia década, marcado por adversidades climáticas, altos custos de produção e impactos da pandemia de COVID-19​.

O que levou o grupo à crise?

Desde 2020, a empresa enfrenta desafios significativos. A principal causa apontada é a anomalia da soja, que comprometeu 30% da produção logo no início da crise. Nos anos seguintes, a situação foi agravada pela pandemia de COVID-19, que trouxe instabilidade econômica, aumento no custo de insumos e alterações climáticas severas. A escassez de chuva no plantio e o excesso na colheita também contribuíram para as perdas de qualidade e peso da produção.

O plano de recuperação

O pedido de recuperação judicial foi aceito pela 1ª Vara Regional e Especializada em Recuperação Judicial e Falência de Cuiabá, que designou a FAF Administração Judicial e Consultoria para auxiliar no processo. O grupo apresentou um plano que inclui a renegociação das dívidas, prazos alongados e possíveis deságios para facilitar o pagamento.

Credores terão 30 dias para apresentar objeções ao plano. Caso haja divergências, será convocada uma assembleia de credores para decidir os próximos passos. Entre as estratégias, o grupo planeja a desmobilização de ativos para ajustar o passivo e continuar operando com mais de 50 funcionários diretos, preservando empregos na região.

Dívida e credores

A dívida do grupo está dividida em três categorias principais: trabalhista, quirografária e garantias reais. Entre os credores estão grandes bancos, como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e cooperativas de crédito, além de fornecedores de insumos agropecuários e outros parceiros comerciais.

Impacto no setor do agronegócio

O caso do grupo é mais um exemplo da crescente onda de recuperações judiciais entre empresas do agronegócio no Mato Grosso. O estado, líder na produção agrícola do país, enfrenta desafios relacionados a condições climáticas desfavoráveis, altos custos de produção e instabilidades de mercado. Especialistas estimam que as quebras de safra para o próximo ano podem atingir até 30%, intensificando a necessidade de suporte financeiro e logístico.

Projeção da soja para 2025: Será que viremos um novo recorde? Grupo com quase 6.000 hectares e dívida de R$ 244 milhões divulga lista de credores
Foto: Divulgação

Oportunidade de reestruturação com a recuperação judicial

Mesmo em meio à crise, o grupo mantém suas operações e busca uma solução viável para continuar contribuindo para a economia local. O processo de recuperação judicial representa uma oportunidade para renegociar dívidas, preservar empregos e reestruturar o modelo de negócios, visando superar a turbulência financeira e garantir a sustentabilidade a longo prazo.

Segue a lista com os principais credores do grupo agropecuário e os respectivos valores da dívida, conforme indicado nos documentos:

Credores trabalhistas

  1. Willian Batista de Souza – R$ 6.351,00
  2. Lucas Abraão Pinheiro de Melo – R$ 4.600,00
  3. Domingos Eurivam Silva – R$ 4.546,00
  4. Ericson Corrêa Tonelli – R$ 3.674,00
  5. Francilene Zanolla Menegon – R$ 3.572,00
  6. Jenifer Pereira dos Santos – R$ 4.000,00

Credores com garantia real

  1. Banco do Brasil – R$ 7.929.893,80
  2. Caixa Econômica Federal – R$ 16.033.757,01
  3. Banco C6 S.A. – R$ 4.802.945,75
  4. Travessia Securitizadora de Crédito – R$ 6.000.000,00
  5. Sicredi Ouro Verde – R$ 723.301,25

Credores quirografários (sem garantias)

  1. Clóvis Miguel Gemi – R$ 8.674.549,12
  2. Cooperativa de Crédito Sicoob Engecred – R$ 8.293.437,13
  3. Michelin Sementes Comércio – R$ 2.772.436,00
  4. Fiagril Ltda – R$ 1.253.316,40
  5. Adama Brasil S.A. – R$ 1.631.466,31
  6. FMC Química Ltda – USD 223.534,18

Credores extraconcursais

  1. Banco ABC do Brasil – R$ 20.670.491,96
  2. Banco Itaú – R$ 18.278.093,95
  3. Banco Santander – R$ 15.940.695,00
  4. Cooperativa de Crédito Sicredi Ouro Verde – R$ 39.725.505,55

👉 Esta lista representa alguns dos maiores credores do grupo, entre dívidas trabalhistas, garantias reais, quirografárias e extraconcursais.

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