O grupo Beijing Properties (Holdings) Ltd , prevê que, apesar da pandemia, as importações chinesas de produtos congelados, incluindo carne brasileira, vão continuar a aumentar em 2022.
O conglomerado chinês Beijing Properties (Holdings) Ltd prevê que as importações chinesas de produtos congelados, incluindo carne brasileira, vão continuar a aumentar em 2022, apesar da pandemia da covid-19.
O relatório anual do grupo, divulgado na quinta-feira, lembra que a China autorizou, a 15 de dezembro, a retoma das importações de carne de vaca brasileira, após uma suspensão que vinha desde 04 de setembro, após dois casos atípicos da ‘doença das vacas loucas’. A Administração-Geral de Alfândegas da China disse num despacho que autorizava a importação de carne bovina sem osso do Brasil, de vacas com menos de 30 meses de idade.
Devido à suspensão de mais de três meses, as exportações chinesas de carne de vaca brasileira caíram quase 20% em 2021, para 950 mil toneladas, segundo dados da Associação Brasileira de Frigoríficos. Desde 2019 que a China é o maior comprador de carne de vaca brasileira, com o Brasil a representar cerca de metade das importações chinesa de carne bovina, sublinhou o Beijing Properties.
O Governo chinês tem alegado que os recentes surtos da estirpe Ómicron da covid-19 na China continental se devem, em parte, a produtos provenientes do estrangeiro. Isto apesar de especialistas em saúde estrangeiros terem enfatizado que o vírus se espalha sobretudo através de gotículas respiratórias, quando as pessoas infetadas respiram, falam, tossem e espirram.
A cidade de Shenzhen, no sul da China, anunciou na quarta-feira que quem receber encomendas provenientes do estrangeiro terá os seus movimentos limitados no território. Pequim também aconselhou a população a minimizar a compra de bens do estrangeiro. Ainda assim, o conglomerado disse acreditar que os planos do Governo chinês para o setor da logística de congelados possam eliminar problemas de segurança alimentar e aumentar a confiança dos consumidores.
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Os planos preveem uma maior concentração das empresas a atuar neste setor e a criação de uma base centralizada, em Shenzhen, para os controlos anticoronavírus impostos pela China aos produtos importados. A imprensa estatal chinesa tem noticiado regularmente multas aplicadas a comerciantes que importaram, de forma ilegal, carne congelada do Brasil.
A 04 de janeiro, a polícia de uma cidade do sudoeste da China aplicou uma pena de detenção de 10 dias a dois comerciantes, acusados de não terem submetido um lote de pernas de frango enviadas do Brasil aos controlos.
Fonte: SAPO