Grãos em abundância, agronegócio ainda sustenta economia

O agronegócio mais uma vez demonstra que é o setor que vem sustentando a Balança Comercial brasileira e agora, com a ótima notícia de recorde na safra de grãos e nas suas exportações, reforça-se ainda mais. E não apenas isso, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária em 2017 deve ser 4,2% maior do que em 2016.

A safra de grãos 2016/2017 está estimada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em 227,9 milhões de toneladas. É um volume 22,1% maior do que da safra anterior. Já os números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) são ainda melhores: 230,3 milhões de toneladas de grãos colhidas na safra 2016/2017, e crescimento de 25,1% sobre a safra passada. Os avanços devem ser especialmente significativos nas colheitas de algodão (14,2%), arroz (12,7%), feijão total (30,7%), milho (37,5%) e soja (15,4%).

Somente o complexo soja foi responsável por US$ 4,1 bilhões dessas vendas, um aumento de 16,8% com relação a março/2016. A maior parcela desse valor foi gerada pela exportação de soja em grãos, também recorde para o mês de março: 8,98 milhões de toneladas, rendendo US$ 3,53 bilhões.

Para a soja, a expectativa é de um crescimento de 15,4% na produção, devendo atingir 110,2 milhões de toneladas, com aumento de 14,7 milhões de toneladas em relação à safra anterior e ampliação de 1,4% na área, que deve chegar a 33,7 milhões de hectares.

Em 2016, o complexo soja – que inclui grão, farelo e óleo – foi a principal fonte de receita do agronegócio, com vendas externas de 67,3 milhões de toneladas, resultando em US$ 25,4 bilhões.

No caso do milho total, deve alcançar 91,5 milhões de toneladas (37,5% de crescimento), com 29,9 milhões de toneladas para a primeira safra e 61,6 milhões para a segunda. A área total do milho deve alcançar 17,1 milhões de hectares (ampliação de 7,3%). No total, milho e soja representam quase 90% dos grãos produzidos no País.

O feijão primeira safra deve chegar a uma produção de 1,38 milhão de toneladas, resultado 33,4% superior a 2015/2016. O feijão segunda safra deve produzir 1,22 milhão de toneladas, sendo 607,1 mil do grão em cores, 216,1 mil do preto e 393,6 mil do feijão caupi. A produção de feijão total pode chegar a 3,29 milhões de toneladas, com área total de 3,1 milhões de hectares. Já o algodão pluma deve crescer 14,3% e chegar a 1,47 milhão de toneladas, mesmo com uma redução de 2,6% na área cultivada.

O agronegócio faturou em 2016 US$ 84,9 bilhões com exportações. Isso representa quase metade de toda a receita comercial brasileira no ano passado. O superávit comercial do nosso setor foi de US$ 71,3 bilhões, compensando com folga o déficit de outros segmentos produtivos. Garantiu um excedente geral de US$ 47,7 bilhões.

Comparando os meses de março, em 2017 a receita das exportações do agronegócio brasileiro cresceu 4,6%, alcançando US$ 8,7 bilhões, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) compilados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). É um novo recorde para o período!
São dados extremamente benéficos para o cenário de reconstrução do nosso Produto Interno Bruto (PIB), que nos últimos três anos foi negativo. É o reflexo de um setor produtivo feito por gente séria, comprometida com seu trabalho e que busca constantemente a inovação para avançar.

Com recorde em sua safra de grãos, é também campeão na produção e exportação de outros produtos como a proteína animal, assim o Brasil se impõe como grande produtor de alimentos para todo o mundo.

Destaque-se que a opção pela sustentabilidade foi plenamente assumida. O CAR avança, e a regularização ambiental também. Como adoção do ILPF – Integração lavoura pecuária floresta, dando sequência à virtuosidade do plantio direto, temos um compromisso consolidado com a preservação ambiental.

O avanço da produção se sustenta basicamente no aumento da produtividade agrícola, praticamente triplicamos nossa produção expandindo em apenas 28% a área utilizada para o cultivo.

É uma pujança que traz boas e raras notícias atualmente, quando o setor de serviços segue em queda, o varejo não reage e a indústria esboça uma recuperação ainda abaixo do que se esperava. Quando as reformas necessárias ao desenvolvimento do País ainda patinam no Congresso Nacional.

Logisticamente, devemos ter plena consciência dos desafios para que eles nos impulsionem a buscarmos resultados ainda melhores para os próximos anos.

São eles: uma logística de armazenamento e transporte menos onerosa; uma política de seguro agrícola que avance na cobertura e caminhe para ser um seguro de renda; busca permanente da inovação, e para isto garantir iniciativas em pesquisa e eficiência tecnológica; e termos uma vigilância sanitária que previna doenças e pragas e que seja amparada na estrutura laboratorial consistente. São questões sérias a serem enfrentadas, mas a certeza que prevalece é que damos conta do serviço.

Felizmente o setor agropecuário tem essa marca forte: inova, aumenta sua produtividade, cuida da natureza e ainda garante equilíbrio à economia local e nacional. Que esses recordes sejam cada dia mais comuns!

Por Arnaldo Jardim é Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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