Granjas se preparam para o período de maior consumo de ovos do ano

Empresas do setor aproveitam o aumento da demanda por ovos na quaresma; Porque os católicos não comem carne na Quaresma?

Para a Associação Brasileira de Proteína Animal, o Tempo da Quaresma é o período de maior consumo de ovos do ano. 99% de toda a produção é para o mercado interno, sendo apenas 1% para a exportação. São Paulo é o estado que lidera esse mercado no Brasil. Com a quaresma chegando, as granjas precisam dar uma atenção especial para a produção de ovos, pois, nesse período, a demanda cresce e os avicultores precisam estar preparados.

São Paulo é o estado que lidera o mercado de ovos no Brasil, onde mais de 50 bilhões são produzidos todos os anos no país, e o consumo médio é de 242 unidades por pessoa, sem contar com as exportações. Em uma granja de Guarantã (SP), uma das maiores do Centro-Oeste Paulista, ficam mais de 500 mil galinhas poedeiras.

Os avicultores esperam um aumento de 20% a 30% das vendas por conta da quaresma, que é data importante para os católicos. Por 40 dias, muitos não comem carne vermelha e, com isso, usam receitas com ovos como alternativa.

A granja produz ovos de vários tipos: do pequeno, grande, extra, jumbo e super jumbo. O mais comum é o branco grande, que é vendido em uma bandeja com 12 unidades.

Assim que a galinha põe o ovo, ele é levado até uma esteira de higienização, onde é lavado com cloro. Depois, as funcionárias fazem a separação dos ovos com defeitos como trincos ou casca fina, que serão descartados.

Em uma máquina, mais uma etapa: a ovoscopia, que, com ajuda de uma luz, identifica problemas que não podem ser vistos a olho nu. Depois deste processo, os ovos são colocados em bandejas e, então, passam pela supervisora central, que faz a última inspeção para os ovos seguirem para o consumidor.

Em outra granja, de Pederneiras (SP), a quaresma também ajuda a fortalecer os negócios. O faturamento aumenta de 20% a 30% e ,para dar conta de atender todos os clientes, o proprietário faz um planejamento anual. Por dia, 90 mil ovos são produzidos, e, em período de quaresma, o trabalho é dobrado.

Para a Associação Brasileira de Proteína Animal, a quaresma é o período de maior consumo de ovos do ano. 99% de toda a produção é para o mercado interno, sendo apenas 1% para a exportação.

Porque os católicos não comem carne na Quaresma?

“É um respeito frente à paixão do Nosso Senhor”, explica o coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Vitória, padre Claudio Moreira. Segundo ele, não comer carne é uma forma de penitência, que tem como referência a crucificação de Jesus que, de acordo a Bíblia, aconteceu numa sexta-feira.

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Foto: Divulgação

Setor cresce de forma acelerada

Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações brasileiras de ovos (incluindo todos os produtos, entre in natura e processados) encerraram o ano de 2023 com total de 25,4 mil toneladas embarcadas, número que supera em 168,1% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 9,5 mil toneladas.

Em receita, a alta registrada em 2023 é ainda maior, chegando a 182% em relação ao ano de 2022. Ao todo, foram obtidos US$ 63,2 milhões em 2023, contra US$ 22,4 milhões no ano anterior.

Em dezembro, as exportações de ovos do Brasil totalizaram 947 toneladas, número 119,5% maior que o total registrado no mesmo período de 2022, com 431 toneladas.

Com estes embarques, o setor obteve receita de US$ 2,5 milhões no mês, desempenho 93,3% superior ao US$ 1,3 milhão registrado no ano anterior.

O Japão foi o grande comprador internacional dos ovos produzidos no Brasil, com total de 10,3 mil toneladas em 2023 – número 848,5% superior ao registrado no ano anterior. Em seguida estão Taiwan, com 5,3 mil toneladas no ano (sem dados comparativos em 2022) e Chile, com 2,8 mil toneladas (+1.302,3%).

“O expressivo aumento do volume exportado de ovos em 2023, respaldado pela biosseguridade da produção nacional frente à ausência de Influenza Aviária no País, encontrou destino em nações de elevados critérios sanitários, o que destaca a confiança dos países no trabalho executado pelas empresas do Brasil e pelo poder público para a preservação de nosso status sanitário. Hoje, as exportações de ovos representam 1% do total produzido pelo Brasil, e geram receita importante para a sustentabilidade da cadeia produtiva, especialmente diante em um quadro de oscilações de custos”, analisa o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

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