Gráfico mostra a evolução da produção de carne bovina no mundo desde 1961; Brasil figura o segundo lugar, posto que ocupa desde 1992 quando a URSS foi dissolvida
Estamos chegando! A página Investidores Brasil do Instagram divulgou recentemente um vídeo com um gráfico interativo mostrando o progresso da produção de carne no mundo de 1961 a 2022 (projeção). Nele é possível observar os maiores produtores de carne bovina no mundo desde o século passado, um dos protagonistas nessa atividade nos dias de hoje, o Brasil, não figurava lugar de destaque, mas com o passar do tempo se consolidou como segundo colocado, posto que ocupa desde 1992 quando a União Soviética foi dissolvida.
Estados Unidos é o país que mais produz carne bovina no mundo por alguma margem. As previsões para 2022 do Departamento de Agricultura dos EUA e da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), indicam uma produção de 12,6 milhões de toneladas de carne bovina neste ano.
Um país inesperado na lista é a Índia no 4º lugar. A maioria dos indianos são hindus, que consideram as vacas sagradas e se abstêm de comê-las. Há multas pesadas para o abate de vacas em muitos estados indianos e a violência relacionada ao contrabando de vacas tem aumentado recentemente. A Índia abate legalmente um grande número de búfalos, que são exportados para países como Vietnã, Egito, Malásia e Arábia Saudita.
Dê o play e confira o vídeo:
Produção brasileira bate recordes históricos
O consumo de carne pela população brasileira sofreu uma queda histórica em 2020, com a elevação do preço e a dificuldade de obtenção de renda durante a crise sanitária trazida pela pandemia. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que, no ano passado, o consumo de carne bovina foi de 29,3 quilos por habitante – o menor patamar em 25 anos.
Mas a turbulência no cenário traz sinais negativos principalmente para a população: o setor de avicultura e suinocultura se beneficiou com a substituição da proteína bovina, com projeções para 2021 e 2022 que batem recordes históricos de produção, exportações e consumo, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “O aumento do preço nas gôndolas foi decorrência do custo das produções. A substituição da proteína deve se consolidar como um padrão de consumo para aves suínas e frango”, avalia o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin.
Desafios e perspectivas do setor
Segundo a ABPA, o custo de insumos é um desafio que ainda perdurará. “Nosso produtor agora também está produzindo safras que vão ser boas, mas são produzidas com custos muito mais altos e atrelados à alta do dólar”, explica Santin. A expectativa da associação é de que o custo seja estável em patamares altos. No ano anterior, a produção de cereais de inverno no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina cresceu mais de 25%.
Também é possível notar, a partir das análises da associação, os benefícios trazidos pelos auxílios emergenciais, que geraram aumento de consumo das proteínas, muitas levadas pelo efeito de substituição da carne bovina. De acordo com a ABPA, 50% a 60% do valor total dos auxílios foram utilizados em consumo de alimentos. Nos gaps de períodos sem auxílios emergenciais, de dezembro de 2020 a abril de 2021, houve quedas de consumo, e uma retomada a partir de maio, quando entrou a nova ajuda governamental. Agora, as expectativas seguem em alta com a entrada do Auxílio Brasil.
“Apesar de os custos estarem num patamar alto e seguirem altos para 2020, também vemos que é possível um aumento de consumo e uma sustentação em 2022 pela chegada do Auxílio Brasil, aumento do salário mínimo e da própria retomada da atividade econômica e crescimento do Brasil. Esses são panoramas que podemos olhar de maneira positiva para os setores de aves, suínos e ovos”, conclui Santin.
Adaptado da página Investidores Brasil