Para amenizar o problema de escoamento que assombra motoristas de caminhão todos os anos, o senador Wellington Fagundes (PR – MT) sugeriu a criação de um cronograma que garanta o transporte da safra de grãos entre Mato Grosso e Pará.
No começo deste ano, mais de cinco mil caminhões ficaram atolados no trecho de 70 quilômetros entre as comunidades de Aruri e Caracol, no estado do Norte, em função dos carregamentos de soja que saíram daqui com destino aos portos de Miritituba e Santarém.
Em 15 dias em que os cinco mil caminhões carregados com soja e outros produtos ficaram parados na BR-163 no Pará provocaram prejuízos na ordem de R$ 500 milhões, aproximadamente, para transportadores e exportadores. A estimativa é que 90% da carga “atolada” seja proveniente de Mato Grosso. Mediante a situação, o Governo Federal, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), se comprometeu que irá pavimentar os 60 quilômetros considerados críticos ainda em 2017.
Diante da situação, ele defende uma maior articulação entre os órgãos ligados à infraestrutura de transporte, como é o caso do DNIT, e os que estão sob a coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O assunto foi debatido na terça-feira (28), durante sabatina na Comissão de Infraestrutura de Mauro de Moura Magalhães, indicado para diretor de finanças do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem (Frenlog), Fagundes disse que esse planejamento precisa ser feito em função, sobretudo, da grande carência que existe no segmento da armazenagem de grãos. Em Mato Grosso, recordista na exportação de produtos primários e semielaborados,os armazéns têm, em média, capacidade estática de abrigar apenas 50% da safra, mas já estão lotados. “Os caminhões são verdadeiros armazéns ambulantes”, diz.
O escoamento, em função do atraso por questões climáticas, deve começar em janeiro e terminar em fevereiro, período de grandes chuvas na Amazônia. “Temos que enfrentar essa questão. Até lá, é importante que se organize a saída de carga para que não haja grandes atropelos” – frisou.
CONCENTRAÇÃO RODOVIÁRIA
– Durante a sabatina na Comissão de Infraestrutura, o senador republicano pediu ao novo diretor uma diversificação do modal de transporte do país, em especial com a ampliação de nossas ferrovias. Ele lembrou que o transporte, no Brasil, está extremamente “concentrado no rodoviarismo” e que isso, além de custos, tem gerado um volume de acidentes extremamente grande. “Há muito mais mortes nas nossas estradas e no nosso trânsito do que em muitas guerras no mundo” – afirmou o relator.
Mauro Magalhães, cujo nome foi aprovado pelos senadores, informou que o DNIT investiu, nos últimos três anos, cerca de R$ 122 milhões na melhoria de hidrovias. E defendeu parceria com o Senado para liberação de mais recursos para investimento em outros modais. “A gente ainda precisa de muito mais. Precisa de mais investimento para que possamos equilibrar essa matriz. E aqui eu faço um apelo aos senhores senadores que nos ajudem, colocando mais recursos no orçamento do Dnit, para que que a gente possa minimizar essa desigualdade” – ele pediu.
Fonte: Olhar Direto.