Governo quer negociar fertilizantes com o Canadá

Ministra da Agricultura afirmou que viagem está marcada para este mês e que vai tentar meios de evitar falta do insumo em função da guerra entre os gigantes dos fertilizantes!

Diante das incertezas provocadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia no mercado global, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vai tentar contornar uma possível falta de fertilizantes. Visita está marcada para 12 de março. Brasil importa 95% do potássio que utiliza em suas lavouras e o conflito pode provocar uma onda de desabastecimento, impactando brutalmente a oferta e o preço dos produtos agrícolas. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, durante evento no Planalto em 24 de agosto de 2021

Ela afirmou, nesta quarta-feira (2), que irá ao Canadá ainda neste mês, após o dia 12 de março, para negociar a compra do insumo. A ministra também ressaltou que o país norte-americano já acenou ao Brasil com a possibilidade de ampliar a oferta de potássio em outras ocasiões.

“Estamos indo lá para conversar com o Canadá. Fizeram a promessa de que aumentariam [as entregas]”, declarou Tereza Cristina em entrevista ao canal CNN Brasil.

O objetivo da viagem é evitar uma eventual falta do produto no mercado brasileiro, em função do conflito entre Rússia e Ucrânia. A Rússia é a maior produtora de potássio do mundo e o mais importante fornecedor do insumo para o Brasil, juntamente com Belarus, país sobre o qual também pesam restrições econômicas.

Mais importante fornecedor de fertilizantes para o Brasil, a Rússia também é a maior produtora de potássio do mundo. O Canadá configurou como o quarto maior fornecedor de adubos ou fertilizantes químicos no mundo em 2021, atrás apenas de Rússia, China e Marrocos.

Na mesma entrevista, Tereza Cristina reforçou que não há preocupação imediata com o abastecimento de adubo no mercado interno. “Temos um estoque de passagem [de fertilizantes] que dá para chegar até outubro. Precisamos de um pouco mais daí para a frente”, afirmou.

O Brasil importa de outros países 95% do potássio que utiliza na agricultura, por isso ainda paira a preocupação de que a guerra no Leste Europeu provoque uma onda de desabastecimento, o que impactaria diretamente na oferta e no preço dos produtos agrícolas.

Tereza Cristina também salientou que não há preocupação imediata com o abastecimento de adubo no mercado interno, pois a safrinha de milho já está plantada. “Temos um estoque de passagem [de fertilizantes] que dá para chegar até outubro. Precisamos de um pouco mais daí para a frente”, disse.

Ela lembrou ainda que não há confirmação de suspensões de entregas de adubos. “Há uma notícia correndo de que tinham sido suspensos os embarques ao Brasil. O governo não compra adubo, é a iniciativa privada que faz isso. E o presidente da Anda [Associação Nacional para a Difusão de Adubos, que representa o setor] não tem essa informação”, afirmou a ministra.

Como o Canadá figura entre os maiores exportadores do planeta, a saída foi buscar alternativas caso a situação se agrave. Como a preocupação do governo é alta, a ministra da Agricultura pediu uma reunião com oficiais canadenses para saber o quanto a mais o país pode fornecer ao Brasil.

Jair Bolsonaro não comentou venda de fábrica brasileira de fertilizantes aos russos

Mais cedo, em publicações nas redes sociais, o presidente da República Jair Bolsonaro (PL) ignorou a recente venda de uma fábrica brasileira de fertilizantes a uma empresa russa.

Ele preferiu compartilhar vídeo de um discurso seu feito em 2016, quando era deputado federal, em que defendeu o agronegócio brasileiro e a exploração mineral em reservas indígenas.

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