Estatal afirma que, se verba for diminuída, projetos de agricultura de precisão, biotecnologia e sanidade animal poderão ser afetados. Orçamento da Embrapa para 2020 e pesquisas correm riscos!
O orçamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), uma das principais fontes de novas tecnologias para o setor agropecuário, poderá sofrer corte de 45% em 2020.
Em 2019, os recursos destinados para estatal foram de R$ 3,6 bilhões. A proposta do governo federal para o ano que vem é de R$ 1,9 bilhão e está em análise no Congresso Nacional.
O texto já começou a ser discutido na Comissão Mista de Orçamento, que é composta por deputados e senadores. Eles vão dar o primeiro parecer sobre a previsão de gastos do governo federal para 2020.
O deputado Domingos Neto (PSD-CE), relator do orçamento, disse que a previsão de cortes atingiu todas as áreas, mas reconhece que o setor agropecuário tem um papel estratégico no desenvolvimento da economia do país.
“O setor do agro tem todo o apoio necessário para garantir a proteção de um setor que é o que move a nossa economia. O nosso trabalho nos próximos meses vai ser olhar onde tem recurso a mais para poder cortar e remanejar para onde se precisa mais”, explica Neto.
Em outubro, os parlamentares devem apresentar as emendas ao projeto de orçamento. A votação final está prevista para dezembro.
Projetos em risco
Atualmente, 90% do orçamento da Embrapa é para cobrir gastos com a folha de pagamentos. O restante é para custeio e investimento em pesquisas.
A direção da Embrapa disse em nota que há quatro anos o orçamento vem caindo e por isso, tem feito cortes nas despesas.
Cita também a redução no número de centros de pesquisas e de unidades administrativas, mas reconhece que se o orçamento for aprovado como está, pesquisas em áreas importantes poderão ser afetadas.
A nota diz ainda que alguns projetos correm riscos, como os de agricultura de precisão e automação, biotecnologia, sanidade animal.
A notícia do corte preocupa o ex-presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, que foi exonerado pelo governo em julho deste ano.
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“Se não tomar cuidado isso representa o fim de tudo que foi feito pela Embrapa ao longo dos anos. A pesquisa é uma coisa de longo prazo. Uma estatal para a pesquisa agropecuária é fundamental”, afirmou Barbosa.
Tentamos contato com o Ministério da Agricultura, que não quis comentar o corte no orçamento.
Fonte: G1