Em agosto, o Brasil recebeu a confirmação das autoridades chinesas de retornar os envios da proteína, porém a medida restringia os frigoríficos gaúchos que até hoje não podem exportar o produto para o país asiático.
Suspensas desde julho, as exportações de frango do Rio Grande do Sul para a China têm previsão para serem retomadas a partir de meados de outubro. Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura (Mapa), Roberto Perosa, é preciso aguardar o vencimento dos prazos protocolares.
“Isso [suspensão das exportações] está obedecendo a regra da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que tem um prazo de 90 dias. O prazo vai dar agora dia 18 de outubro. Então, vencido o prazo, vence todas as questões técnicas. Alguns países interpretaram que não era necessário, porque a gente provou que não tinha mais isso, mas alguns seguem a regra da OMSA e tem que aguardar até o mês de outubro para liberar todas as ações lá no Rio Grande do Sul”, disse Perosa ao Agro Estadão.
Ainda em julho, o Brasil notificou a OMSA sobre o fim do foco e obteve a retirada das suspensões de países importadores. Na época, frigoríficos brasileiros deixaram de exportar para alguns países, inclusive a China. Em agosto, o Brasil recebeu a confirmação das autoridades chinesas de retornar os envios da proteína, porém a medida restringia os frigoríficos gaúchos que até hoje não podem exportar o produto para o país asiático.
Ainda de acordo com Perosa, uma vez completado o prazo, o retorno das exportações do RS de frango não será automática. “A gente informa e aí a China libera”, pontuou o secretário após participar da assinatura de acordos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e outras entidades de setor. Ele também mostrou otimismo na resolução do impasse. “Estamos muito confiantes que vai dar certo”, enfatizou.
Ao todo são oito frigoríficos do Rio Grande do Sul que têm habilitação para exportar produtos avícolas para a China. O foco da doença foi identificado no dia 17 de julho em Anta Gorda (RS) e protocolos sanitários assinados pelo Brasil determinam a suspensão imediata das exportações para diferentes países quando há um caso como esse.
Brasil negocia para fechar acordo bilionário para exportações de café
O evento da Apex Brasil com o Sebrae e outras entidades setoriais aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília, e contou com a participação de ministros e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Um pouco antes de Lula falar, o presidente da Apex, Jorge Viana, antecipou que um acordo está sendo fechado entre exportadores brasileiros de café e a rede de cafeteria chinesa Luckin Coffe.
“Já negociamos o próximo anúncio com a Luckin Coffe. Queremos anunciar na próxima reunião do G20. Compra de US$ 2,5 bilhões de café do Brasil”, anunciou Viana.
O secretário do Mapa disse que ainda faltam alguns detalhes como a questão do volume de café da negociação, mas manteve a expectativa de anúncio oficial para a reunião do G20, em novembro, no Rio de Janeiro, com a participação do presidente chinês Xi Jinping. Segundo Perosa, essas negociações seriam para o ano de 2025 e não interferem no anúncio feito em junho de US$ 500 milhões também para a rede chinesa.
“Veja, US$ 80 milhões [em café em 2022], US$ 280 milhões [em 2023], um contrato de US$ 500 milhões [firmando neste ano] e este ano nós devemos chegar a quase US$ 700 milhões, US$ 800 milhões de café para a China. Com esse anúncio, que deve ser tratado no âmbito do G20, nós devemos passar para quase US$ 3 bilhões no ano que vem”, disse o representante do ministério.
Apex firma convênio com expectativa de R$ 185 bilhões em exportações
A Apex também fechou sete convênios com associações e representações setoriais do Agro para intensificar a presença em mercados internacionais. Segundo o governo, serão R$ 75 milhões investidos e a expectativa é de gerar mais de R$ 185 bilhões em exportações entre 2024 e 2025.
Os setores e produtos que receberão os investimentos são: arroz beneficiado; chocolate, balas, doces e amendoim; carne bovina; fruticultura; máquinas e equipamentos para produção de etanol e açúcar; etanol e farelo de milho; e produtos para pets.
Fonte: Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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