Governo Milei quer aumentar taxas de exportação do agro

O ex-secretário de Agricultura, Juan José Bahillo, acusou o governo de Javier Milei de enganar os produtores com o aumento dos impostos. Fontes governamentais informaram-no após os anúncios de Luis Caputo. Todos os produtos serão tributados em 15%, exceto a soja, que cai para 30%.

O possível aumento nas taxas de exportação, chamadas de ‘retenciones’, pegou de surpresa o setor produtivo na Argentina, que esperava uma redução ou até mesmo o fim do imposto ao longo dos próximos meses.Fontes governamentais informaram-no após os anúncios de Luis Caputo. Todos os produtos serão tributados em 15%, exceto a soja, que cai para 30%.

As recentes declarações do novo ministro da Economia argentino, Luis Caputo, causaram surpresa no setor agrícola do país. Ele anunciou um aumento inesperado nas taxas de exportação, revertendo a política do governo anterior que havia eliminado essas taxas em setembro. Caputo propôs um valor de 800 pesos para o dólar oficial, promovendo a produção nos setores produtivos. Esta medida será acompanhada por um aumento temporário nas taxas de importação e nas retenções de exportações não relacionadas à agricultura.

Caputo enfatizou que essas ações visam oferecer melhores preços aos exportadores e igualar a carga tributária entre todos os setores, sem discriminar a agricultura. Ele também prometeu eliminar todos os impostos de exportação após a superação da crise atual, classificando-os como relevantes ao desenvolvimento do país.

Concretamente, o governo aumentou as taxas de exportação de milho e trigo de 12% para 15% e de carne de 9% para 15%, mantendo uma taxa para a soja em 33%. Carlos Achetoni, presidente da Federação Agrária Argentina, expressou sua insatisfação, assim como a Sociedade Rural Argentina, ambos surpresos com a falta de comunicação sobre as mudanças.

“Em primeiro lugar, foi uma surpresa porque viemos de uma equipe governamental que até agora nos dizia que o plano era chegar a zero”, disse José Martins, presidente da Bolsa de Cereais de Buenos Aires e porta-voz do Conselho Agroindustrial Argentino. . “Isso se consegue com uma melhora no câmbio, mas não esperávamos aumento nas retenções. Ressalte-se que não é oficial, é um comentário. Não tem um impacto económico terrível porque a subida da taxa de câmbio é boa, mas tem um impacto político negativo”, explicou.

Segundo informações oficiais, restam 4 milhões de toneladas de soja e 3,9 milhões de toneladas de milho a serem comercializadas no ciclo 2022/23. Em relação ao trigo da nova campanha, que chegaria a 14 milhões de toneladas, precisam ser comercializadas 10 milhões de toneladas

O ex-secretário de Agricultura, Juan José Bahillo, acusou o governo de Javier Milei de enganar os produtores com o aumento dos impostos. Representantes do setor produtivo agendaram uma reunião com a equipe econômica do governo para discutir essas medidas.

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