Quais foram as medidas adotadas pelo governo e qual sua influência real para a cadeia de lácteos
Por Thiago Pereira
A cadeia produtiva de lácteos vem sofrendo com as atuais crises que tem se esbarrado ao longo desse ano de 2017. É de grande preocupação, ou melhor, de tirar o sono de todos aqueles envolvidos nesse contexto.
O que se tem observado é um aumento absurdo no preço dos insumos, baixo preço pago ao produtor, aumento da captação de leite e estoque abarrotado nos atacadistas, tudo isso atrelado a instabilidade financeira do consumidor final, tem levado por água abaixo tudo que vem sendo feito pelos envolvidos nessa produção e beneficiamento do leite.
Diante desse caótico cenário, foi criada no 12 de julho de 2017, a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), com o intuito de representar mais de um milhão de produtores de leite de todo o país. Com a responsabilidade desse papel, no dia 22 a Abraleite em presença do nosso Ministro Blairo Maggi, trouxe a público as duas medidas tomadas pelo governo: Primeiro a prorrogação das dívidas dos produtores de leite, ou seja, o custeio que você deve será prorrogado em 50% para o ano que vem. Segundo é a prorrogação do investimento que iria vencer este ano.
Com todo esse cenário de desanimo encontrado pela cadeia produtiva do leite, as medidas adotadas pelo governo e tão comemoradas pela cúpula da Abraleite é de grande insulto para o produtor rural. Os produtores viram essa medida adotada pelo governo como uma manobra para tentar mais uma vez ludibriar o setor.
As solicitações da maior parte dos produtores são políticas ligas ao preço pago ao produtor, maior reconhecimento do produto nacional com menor importação do leite (tendo uma diferenciação do produto importado e do nacional em sua embalagem) e o principal é a compra de leite nacional para programas do governo.
Em resumo, a situação é de preocupação com mais um mês de queda no preço do leite e um mercado futuro instável.
A desvalorização de um produto como o leite, é de prejuízo gigantesco para toda a nação brasileira, além da grande mão de obra que vai ficando ociosa no campo. E a pergunta que eu deixo é: Onde estão as promessas de um 2018 diferente para se ter oportunidade para pagamento das dívidas hoje adiadas pelo governo?