Segundo o jornalista o direito dos animais, a luta pela causa animal e o combate à pecuária industrial precisam se tornar prioridade para a esquerda
Um estudo publicado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) mostrou que a produção mundial de alimentos é suficiente para suprir a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Também segundo a FAO, em 2050 a população mundial irá atingir mais de 9 bilhões de pessoas. Para que se possa atender essa crescente e mais exigente demanda, é preciso aumentar a produção de alimentos em 70%. Os desafios a serem enfrentados em inovação são enormes, envolvendo a atuação de diversos setores.
Os avanços da ciência e tecnologia contribuíram significativamente na produção de alimentos no mundo. A capacidade produtiva na agricultura cresceu entre 2,5 e 3 vezes nos últimos 50 anos. Esse aumento produtivo pôde ser acompanhado principalmente aqui no Brasil, com sustentabilidade e bem-estar animal o país vem vencendo barreiras e consolida-se como uma potência no agropecuária.
Mas nem todos vêem isso com bons olhos. Em recente artigo na Revista Carta Capital, o escritor e jornalista norte-americano Glenn Greenwald, disse que uma das prioridades da esquerda brasileira deve ser a luta pela causa animal e o combate à pecuária industrial. Segundo ele não sobra qualquer justificativa para que a esquerda continue menosprezando ou, pior, ignorando a causa animal e os males provocados pela pecuária.
“A tortura e o abate diário de bilhões de animais têm impacto sobre as catástrofes climáticas, o racismo, os abusos trabalhistas, o meio ambiente e outras ameaças à saúde pública. Não há como combatê-las sem enfrentar os males desta indústria. Apesar disso, com muita frequência, a luta pelos direitos dos animais é tratada na política de centro-esquerda como uma causa de luxo, que preocupa apenas a classe média.” – disse ele.
Gleen ainda diz que a pecuária industrial é uma das principais causas do agravamento de cada uma dessas ameaças à felicidade humana e a uma sociedade justa. “Enquanto as fazendas industriais continuarem a ser o principal meio de alimentar o planeta, não é apenas difícil, mas impossível fazer um progresso significativo em qualquer uma dessas outras áreas.”
Diferente dessa visão apocalíptica, a sustentabilidade na produção será um ponto cada vez mais exigido da agropecuária, principalmente no Brasil, que vem aumentando seguidamente sua participação no mercado mundial. Produtividade é o caminho, e os números que surgem poderão colocar o país em uma situação bastante confortável.
Quanto maior a produtividade, maior o volume produzido e menor a demanda de novas áreas de produção.
A pecuária passa pelo mesmo processo. A produtividade média é de 4,1 arrobas (15 kg cada uma) por hectare. A Athenagro, consultoria que, junto com a Agroconsult, faz um acompanhamento anual da pecuária em centenas de fazendas, aponta que, em 1% delas, a produtividade chega a 103 arrobas, considerando as propriedades com tecnologia. Se chegar ao topo dessa produtividade já atingida por algumas fazendas, o Brasil terá capacidade de alimentar todo o planeta com carne bovina.
Na produção animal, nosso calcanhar de Aquiles é o bem-estar animal. A sociedade está sempre vigiando as nossas ações, principalmente alguns nichos que defendem uma alimentação vegetariana. Mas, para a infelicidade deles, isso também está sendo vencido, observa-se nas redes sociais existe um grande movimento pelo bem-estar animal. Dados da Embrapa mostram maior produtividade dos animais quando bem tratados, sendo assim, não faz o menor sentido maltratá-los.
O avanço da ciência produzirá conhecimento para implementar novas tecnologias que acabarão resolvendo os problemas da humanidade, inclusive este, ligado diretamente à sustentabilidade. Seria interessante moderar estes catastrofismos climáticos e animais, emitidos pela mídia em geral, que estão provocando uma ansiedade climática, psicologicamente prejudicial à população, principalmente entre os jovens.