Está em construção a maior mina de potássio do Brasil, no Amazonas, um projeto ambicioso da Brazil Potash; Essa é, segundo eles, a jazida que pode tornar o Brasil menos dependente nos fertilizantes.
A poucos quilômetros da selva amazônica, na cidade de Autazes (AM), está em construção a maior mina de potássio do Brasil, um projeto ambicioso da Brazil Potash, que promete reduzir significativamente a dependência nacional das importações desse insumo essencial para o agronegócio. Isso foi o que disse o Brazil Journal em conteúdo veiculado essa semana.
O nome por trás desse megaempreendimento é Stan Bharti, um empresário indiano-canadense, conhecido por suas operações em minas na África, Mongólia e Canadá. Bharti já investiu US$ 250 milhões no projeto e possui um histórico de sucesso no Brasil, como a compra da mina de ouro de Jacobina (BA), adquirida da Anglo American em 2002 e vendida anos depois por mais de US$ 700 milhões.
“Apesar de muitos brasileiros discordarem de mim, eu acho que o Brasil é um país fantástico para se investir”, declarou Stan ao Brazil Journal, que também controla o banco de investimentos Forbes & Manhattan e tem outros projetos no país.
A trajetória do projeto
A jornada do projeto da Brazil Potash começou em 2008, quando Bharti adquiriu da Petrobras os direitos de exploração e estudos geológicos da região. Após um longo processo de obtenção de licenças, a empresa iniciou a construção da mina, que contará com usinas de extração, refinamento, descarte e escoamento do minério, além de um porto.
O investimento total da primeira fase do projeto é estimado em US$ 2,5 bilhões, que serão financiados com:
- US$ 1,7 bilhão em project finance (com possibilidade de financiamento pelo BNDES);
- US$ 400 milhões em equity por meio de uma oferta subsequente;
- US$ 150 milhões antecipados em royalties;
- US$ 200 milhões para a linha de transmissão.
Em sua estreia na Bolsa de Nova York, a empresa levantou US$ 30 milhões, mas desde então viu suas ações caírem 50%, acompanhando outras ofertas públicas daquele período. Atualmente, a empresa negocia sob o ticker GRO, com valor de mercado de US$ 250 milhões.
Maior mina de potássio e os impacto estratégico para o Brasil
A mina de Autazes tem uma importância estratégica para o Brasil. A previsão é que, quando estiver operando em plena capacidade, consiga produzir 2,4 milhões de toneladas anuais de potássio até 2028, o que representaria 20% da demanda nacional. Com a segunda fase do projeto, programada para 2032, a capacidade deve dobrar para 5 milhões de toneladas anuais, cobrindo 40% da demanda brasileira.
Atualmente, o Brasil importa 97% do potássio que consome, principalmente de países como Canadá e Bielorrússia. Segundo Bharti, “para continuar alimentando o mundo, o País precisa reduzir essa dependência”.
Vantagens logísticas e comerciais
Um dos grandes diferenciais do projeto é sua localização estratégica, que permite uma drástica redução nos custos logísticos. Atualmente, o transporte internacional de potássio custa cerca de US$ 200 por tonelada, enquanto o transporte local varia entre US$ 80 e US$ 100. A Brazil Potash estima que seu custo de transporte local será de apenas US$ 50 por tonelada, devido à utilização combinada de barcos e caminhões.
Para garantir a logística, a empresa firmou um acordo de take or pay com a Amaggi, que transportará 550 mil toneladas de potássio por ano utilizando suas balsas, aproveitando o retorno vazio após a entrega de soja no porto de Itacoatiara. A Amaggi também atuará como representante de vendas da produção excedente.
Perspectivas de mercado
O mercado de potássio tem mostrado volatilidade nos últimos anos, com preços oscilando entre US$ 200 e US$ 1.100 por tonelada desde 2018. Analistas do banco de investimentos Roth preveem uma recuperação dos preços, impulsionada pela redução da oferta global e o crescimento médio da demanda de 5% ao ano na próxima década.
Desafios e oportunidades da Brazil Potash
Apesar do potencial promissor, o maior desafio da Brazil Potash é garantir a execução e o financiamento do projeto dentro do cronograma planejado. Bharti reconhece a complexidade da operação: “Somos um dos menores players desse mercado. Precisamos provar nossa capacidade de execução e assegurar os recursos necessários para cumprir o timeline previsto”.
Com o sucesso da mina de Autazes, o Brasil poderá fortalecer sua segurança agrícola, reduzindo a vulnerabilidade às flutuações externas e garantindo um insumo essencial para manter sua posição de liderança no agronegócio mundial.
Com informações do Brazil Journal.
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