Esse patamar é sustentado por avanços em produtividade, decorrentes de investimento em melhoramento genético, manejo sustentável e nutrição animal.
Com o maior rebanho bovino comercial (238,6 milhões de cabeças), o Brasil desponta na liderança mundial das exportações em pecuária. Esse patamar é sustentado por avanços em produtividade, decorrentes de investimento em melhoramento genético, manejo sustentável e nutrição animal.
Hoje, cerca de 25% da produção nacional é exportada para mais de 150 mercados. Neste ano, os embarques da carne bovina somam 2,1 milhões de toneladas até setembro (alta de 28,3%), com faturamento de US$ 9,16 bilhões (+20%). “O Brasil tem fôlego para suprir o mercado interno e qualquer demanda internacional, principalmente de países com população expressiva”, avalia Antônio Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
O principal destino da carne bovina brasileira continua sendo a China. O segundo país mais populoso do mundo responde por 44,5% dos embarques entre janeiro e setembro (mais de 935 mil toneladas), resultado 10% maior que no mesmo período do ano anterior, um faturamento de US$ 3,5 bilhões. Em seguida, vêm os Estados Unidos, com 7% dos embarques e mercado em crescimento: as vendas aumentaram 58% em volume e 48,7% em receita, totalizando 147 mil toneladas e US$ 867,4 milhões, respectivamente.
Das mais de 180 aberturas de mercado anunciadas em 2024 pelo governo federal, pelo menos dez contemplam a pecuária bovina, de animais vivos a embriões e sêmens. “Tudo isso só é possível pela manutenção do status sanitário, que é uma tarefa de todos”, diz o presidente da Abiec.
Aftosa e fundos emergenciais para pecuária
Desde maio, o Brasil é autodeclarado livre de aftosa sem vacinação, mas o status ainda precisa ser chancelado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A situação é considerada uma conquista que teve a contribuição de diversas ações, como os fundos emergenciais de defesa sanitária, que servem para subsidiar imunizações e ressarcir criadores em caso de doenças.
Em Mato Grosso, o maior estado produtor com 33,9 milhões de cabeças, a iniciativa surgiu há 25 anos e cobra uma taxa de R$ 2,10 por animal abatido. O FESA-MT é privado e administrado por quatro entidades do setor. “O mais importante desse fundo ser privado é a celeridade. Se tiver um foco de febre aftosa ou precisar buscar uma vacina em qualquer lugar do planeta, nós podemos agir rapidamente”, afirma Francisco Manzi, diretor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), uma das responsáveis pela gestão.
O fundo de Mato Grosso é o segundo maior do Brasil, com cerca de R$ 200 milhões. O que tem maior aporte de recursos é o de Goiás (Fundepec-GO), com R$ 320 milhões. O rebanho bovino goiano é o terceiro maior, com 23,7 milhões de cabeças. “A contribuição é voluntária e recolhida pelo frigorífico”, afirma Uacir Bernardes, diretor-executivo do Fundepec-GO.
Indefinição em São Paulo
Com rebanho de 10,7 milhões de cabeças, São Paulo aguarda pelo Fundo Complementar Indenizatório (Fundesa-PEC). O projeto de lei do executivo ainda será enviado para a Assembleia Legislativa, mas depende da avaliação sobre as taxas que serão cobradas.
“O que tenho de informação prévia é que não há nenhuma objeção”, diz Luiz Henrique Barrochelo, coordenador de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. A expectativa do setor é contar com a lei até a Feicorte, feira realizada em Presidente Prudente, no interior paulista entre 19 e 23 de novembro.
O Fundo será público e gerido por um conselho misto. Os recursos serão arrecadados por meio da declaração obrigatória do rebanho, que ocorre duas vezes por ano. Atualmente, o valor da taxa está em 0,0028 de Unidade Fiscal do Estado de São Paulo (UFESP) por animal, o que corresponde a R$ 0,99.
Fonte: Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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